Saiba mais sobre as Expedições Científicas

O programa das Expedições Científicas do Baixo São Francisco surgiu com o objetivo de bioprospectar, conhecer e divulgar a situação do Baixo São Francisco, quanto aos aspectos sociais de comunidades ribeirinhas, comunidades de pescadores, situação da pesca, identificar os impactos e a qualidade da água do rio, a ictiofauna, problemas ocasionados pelo represamento, assoreamento, desmatamento, avaliar os poluentes presentes no ambiente aquático e o uso de agrotóxicos e os efeitos da cunha salina sobre as comunidades ribeirinhas e o ambiente, para propor ações mitigadoras, por meio de programas de educação ambiental e ações prático-científicas.

O intuito é alavancar, na região, uma nova atividade participativa, por intermédio do conhecimento e do monitoramento dos principais indicadores sociais e econômicos, bem como dos impactos ambientais, assegurando a qualidade e a segurança alimentar. Tem também o enfoque de chamar a atenção para a situação do rio e seus problemas e divulgá-los para os principais órgãos de fomento e governantes, propondo ações para reduzir os impactos e a degradação da qualidade ambiental.

Avaliando a necessidade de gerar políticas públicas embasadas em dados científicos, as Expedições Científicas propõem a elaboração de grande diagnóstico e a definição de políticas públicas de modo participativo e multidisciplinar sobre a situação econômica, social e ambiental da região do Baixo São Francisco, observando os impactos da pesca, poluição aquática, desmatamento e assoreamento, patologias e parasitologia de peixes e crustáceos, índices de metais pesados e pesticidas e sua influência na qualidade do pescado e da água, determinando o perfil socioeconômico, qualificando a situação da saúde das populações ribeirinhas, adotando medidas de educação ambiental efetivas e caracterizando o manejo de diversas culturas intensivas sobre a qualidade da água para, com isso, efetivar um programa de biomonitoramento ambiental da calha principal do Rio São Francisco, utilizando tecnologias de ponta para a determinação de um padrão ambiental, com o intuito de propor ações mitigadores para os ecossistemas existentes na região em estudo.

Tudo começou em 2018 quando, durante cinco dias, cerca de 40 pesquisadores trabalharam em várias temáticas, como: educação ambiental, pesca, socioeconomia, ictiofauna, análise de água e de metais pesados, assoreamento, dentre outras, em cinco municípios do Baixo São Francisco (Traipu, Porto Real do Colégio, Igreja Nova, Penedo e Piaçabuçu), culminando na publicação de um diagnóstico referente a 2018, e, em junho de 2019, a publicação de um artigo científico sobre os dados dessa primeira edição.

Em 2019, foi realizada a II Expedição Científica, com 50 pesquisadores e técnicos de 16 instituições que, durante 10 dias, trabalharam nos municípios de Piranhas, Pão de Açúcar, Traipu, Porto Real do Colégio-Propriá, Igreja Nova, Penedo-Neópolis, Piaçabuçu e na foz do São Francisco. Essa edição teve como objetivo principal estudar todo o Baixo São Francisco, coletando informações e dados para, de posse dos resultados, propor ações para reduzir os problemas no rio.

Em 2020, mesmo diante da pandemia da covid-19, o trabalho foi realizado com 53 pesquisadores, em 30 áreas. O projeto e as pesquisas desenvolvidas consolidaram as expedições e mostraram que é possível fazer ciência, mesmo em meio a uma pandemia, sem que nenhum pesquisador ou tripulante adoeça. De projeto, passamos a ser um programa e, consequentemente, o maior evento prático-científico do Brasil.

Em 2021, a exemplo dos anos anteriores, a Expedição Científica fez um trabalho em 35 linhas de pesquisa, com cerca de 66 pesquisadores, contemplando: saúde bucal, oncologia, parasitoses e fisioterapia, qualidade de água e contaminantes; pesca, ictiofauna, biodiversidade, tecnologia do pescado, reprodução de peixes; Tecnologias sociais e ambientais (certificação orgânica, manejo do solo, educação ambiental, doação de kits e jogos escolares às escolas rurais, doação de minitratores para associações, doação de notebooks e datashows para ações de educação ambiental, doação de PEV para coleta seletiva); geoprocessamento, assoreamento, mata, propriedade Intelectual, turismo de base comunitária, extração de produtos de plantas nativas da caatinga, arqueologia subaquática e topologia do rio. Os municípios contemplados em 2021 foram: Piranhas-AL, Pão de Açúcar-AL, Traipu-AL, São Brás-AL, Propriá-SE, Igreja Nova-AL, Penedo-AL e Piaçabuçu-AL. Além de seu caráter científico, a iniciativa ampliou as ações sociais com comunidades.

As pesquisas, realizadas in loco e em diversos laboratórios, são oriundas de esforços, fomento, apoio e ações de instituições como Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Tabuleiros Costeiros, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)-5SR, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Rondônia (Unir), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh-AL), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Contamos ainda com o apoio essencial da Agência Peixe Vivo, Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e Pedreira Triunfo.