Madalena Fernandes – estudante de Jornalismo

“Escrever é uma paixão e sigo independentemente de qualquer coisa”, afirma o estudante do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas, Vandejer Adrian. Entusiasmado com sua coleção de poesias que acumulou durante quatro anos, o jovem poeta encarou o desafio de lançar o seu primeiro livro intitulado “Retrato Escrito”, pela editora carioca Multifoco.

Segundo Vandejer Adrian, o despertar pela poesia começou após assistir a um documentário sobre a vida e a obra de Vinícius de Moraes, em 2007. “No início, tentava esboçar algo, mas nada que tivesse um padrão. Algumas vezes saía um texto e não um poema. Mas, com a prática a paixão se intensificava, então eu escrevia mais”, revela.

Para chegar até a publicação da coletânea “Retrato Escrito”, o estudante enviou diversas solicitações para editoras nacionais, mas a maioria não recebia original para análise ou publicava apenas livros didáticos. Porém, os poemas escritos impulsionaram Vanderjer a não deixá-los guardados ou postados exclusivamente em seu blog.

Entre as editoras que receberam a solicitação, a Multifoco foi a que aceitou publicar a obra.  O jovem poeta assinou o contrato com a editora, que ficou responsável pelos trâmites burocráticos e a finalização do livro através de análises, inserção de textos adicionais e foto do autor.

A etapa de finalização teve duração de três meses, de dezembro de 2010 a fevereiro de 2011, e culminou com o lançamento do livro no dia 6 de setembro, no Teatro Linda Mascarenhas, prestigiado por familiares e amigos. O evento contou com atrações culturais e apresentação de poesias musicadas de sua autoria.

“Fiquei impressionado com a desenvoltura das palavras, ideias, sonhos, desejos, alegrias, tristezas, solidão, angústia, lirismo composto na coletânea”, citou o professor Valdeck, da rede estadual de ensino, presente ao evento. A coletânea “Retrato Escrito” também será lançada na sede da editora Multifoco, no Rio de Janeiro ainda neste mês de setembro.

Vanderjer Adrian lamenta que a maioria das pessoas não se sinta atraída por poesia. Em conversa com o editor da Multifoco, no Rio de Janeiro, ele desafiava; reúna 50 amigos seus e pergunte a eles qual foi o último livro de poesias que eles compraram. “Se dois ou três tivessem resposta a essa pergunta, eles teriam comprado Drummond, Vinícius, Cecília. Quer dizer, novo autor no Brasil praticamente não tem espaço. O brasileiro não lê poesia, muito menos os mais novos”, respondeu.

Para o estudante, a maior dificuldade não é publicar, mas vender. “Sinto necessidade de divulgar o que escrevo por pensar que o rio sempre flui e a inspiração e amor pela arte são coisas que não controlo e motivam-me a escrever. Ressalto que todo o esforço para construir uma obra vale muito pena, pois receber o calor e emoção da parte do leitor é algo inexplicável”, enfatiza o jovem autor.

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