Professora do IF se especializa em terapia fotodinâmica para tratar câncer


03/08/2010 09h26 - Atualizado em 02/05/2024 às 16h01
Maria Tereza de Araújo, pesquisadora do IF

Maria Tereza de Araújo, pesquisadora do IF

A professora Maria Tereza de Araújo, do Instituto de Física da Ufal, está desenvolvendo seu programa de pós-doutoramento no Laboratório de Biofotônica, do grupo de Óptica do Instituto de Física da USP de São Carlos. Seu projeto de pesquisa tem como principal objetivo investigar a ação da Terapia Fotodinâmica no tratamento de câncer de pele e controle microbiano em cavidade bucal.

A luz vem sendo usada como alternativa a tratamentos de doenças desde o início do século passado. Vários são os tratamentos empregados no combate ao desenvolvimento de tumores. Todas as terapias têm resultados satisfatórios, mas apresentam níveis diversos de comprometimento à função e anatomia do órgão afetado, mostrando que ainda existe muito espaço para a pesquisa em novas terapias.

Segundo, o professor Marcelo Lyra, vice-diretor do Instituto de Física, o uso de luz em um material fotossensível junto com o oxigênio molecular presente nas células gera espécies reativas de oxigênio que causam a morte celular. Este tratamento é empregado no combate ao câncer, a fungos, vírus e bactérias e tem como denominação Terapia Fotodinâmica (TFD) (Photodynamic Therapy – PDT). “Uma grande vantagem sobre outras terapias é o fato de não apresentar efeitos tóxicos cumulativos (não usa radiação ionizante) e com isso, pode ser aplicada várias vezes. Pessoas com idade elevada ou com debilidades, as quais teriam um fator de risco grande ao serem submetidas a processos cirúrgicos, podem fazer uso da TFD já que é uma terapia de baixo risco”, explica o pesquisador.

A TFD também tem sido utilizada para controle microbiano uma vez que não existem evidências de resistência microbiana à TFD. Suas aplicações mais comuns são em infecções que ocorrem na pele e na cavidade oral, onde um fotossensibilizador (FS) específico é aplicado localmente na área afetada. Algumas bactérias são mais resistentes a FS usados na TFD de tumores do que outras, mas a resistência bacteriana é superada através do uso de polímeros catiônicos em conjunto com o FS ou administrando peptídeos permeabilizantes.

Marcelo Lyra destaca a importância da participação da pesquisadora do IF em projeto desta importância, desenvolvido em parceria com outras universidades, trazendo novos conhecimentos que podem ser aplicados na Ufal. “A professora Maria Tereza de Araujo retornará no início de 2011, quando estará empenhada na implantação de laboratórios de biofotônica e terapia fotodinâmica. Já existem contatos com a Faculdade de Odontologia e o Hospital Universitário para agregar outros pesquisadores e profissionais neste projeto” informa o professor.

Para mais informações envie e-mail para tereza@fis.ufal.br

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