Bienal incentiva inclusão social de cegos


06/11/2009 17h50 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h47
Sueli Araújo e Rosa Costa e Silva, voluntárias da Fundação

Sueli Araújo e Rosa Costa e Silva, voluntárias da Fundação

Rose Ferreira - jornalista

A Fundação Dorina Nowill para Cegos, existente há mais de 60 anos em São Paulo, dá suporte a cegos e familiares no desenvolvimento de suas atividades rotineiras e capacita-os a enfrentar as dificuldades e limitações que a deficiência ocasiona. Além disso, desenvolve programas de atendimento especializado e gratuitos, proporcionando a bebês, crianças, jovens, adultos e idosos, com cegueira e visão subnormal, condições de desenvolvimento pleno para uma vida independente em casa, na escola, no trabalho e na sociedade.

A Fundação está com um estande da IV Bienal para divulgar suas atividades e serviços. Segundo Maria Sueli Araújo, voluntária há 17 anos, o movimento na Bienal tem sido satisfatório. “Muitos educadores têm procurado nosso estande com interesse em nossos produtos e para nós é um prazer porque estamos aqui para expandir nosso campo de alcance”, diz Sueli Araújo lembrando que a Fundação produz e distribui livros em Braille gratuitamente para todo o país. Uma das visitas mais apreciadas ao estande foi a de Fabrícia Barbosa, deficiente visual e jornalista, que veio à Bienal e passou horas no estande da Dorina Nowill, interagindo com as voluntárias e lendo todos os livros possíveis.

Rosa Costa e Silva, outra voluntária da Fundação e uma das ledoras do livro falado, está na Bienal desde o começo do evento e mostra em suas palavras a paixão que sente em trabalhar com cegos. “Às vezes me perguntam por que eu sou voluntária e eu respondo que é não é difícil entender para quem conhece a dona Dorina, fundadora da instituição, que é um exemplo de vida. Lá nós aprendemos a servir, comprar a ideia e fazer com que ela se estenda”, explica. “Muitas vezes eu estou fora da Fundação e vou ajudar algum deficiente a atravesar a rua, por exemplo, e de repente eles falam: ‘Eu sei que você é a Rosa, eu estou reconhecendo sua voz’”, conta emocionada.

Produtos e serviços da Fundação

Anualmente são produzidas milhares de páginas de livros didático-pedagógicos, literários e obras específicas solicitadas pelos deficientes. Também são produzidos livros e revistas falados – são livros didáticos, obras literárias, best-sellers e as revistas Veja e Claudia faladas, além de outras específicas sob demanda.

A Biblioteca Circulante de Livro Falado possui um acervo com mais de 850 títulos em áudio de obras de diversos autores, desde clássicos da literatura brasileira aos mais variados best-sellers. Este serviço é disponível gratuitamente às pessoas com deficiência visual de todo o Brasil. “Essa distribuição é feita através do Programa Cecograma dos Correios, que permite que enviemos os livros para os cegos e que eles nos devolvam sem nenhum custo de envio”, explica Maria Sueli Araújo.

O Livro Digital Acessível (LIDA) é o mais novo recurso disponibilizado pela Fundação. Voltado para universitários e profissionais liberais deficientes visuais, o LIDA permite acesso amplo, rápido e estruturado à literatura destinada ao estudo e à pesquisa. Além do texto em áudio, o usuário com visão subnormal pode visualizar o conteúdo em até 5 níveis de ampliação. Inicialmente estão disponíveis obras nas áreas de Direito, Psicologia, Pedagogia, Filosofia, Obras de Referencia e Dicionários como Michaellis e Aurélio.

A Fundação Dorina Nowill se mantém com doações e formação de parcerias. Para mais informações sobre a Fundação, acesse o site.

Serviço

Oficina de Braille: Noções Básicas

Sala Rubem Alves, na IV Bienal Internacional do Livro, no Centro de Convenções

Domingo, dia 8 de novembro, das 10h às 12h (módulo I) e das 14h às 17h (módulo II)

20 vagas disponíveis

 

Assista à matéria sobre o encantamento das crianças com a Bienal