Projeto "Assédio Moral: Conscientizar é Preciso" inicia atividades no HU

Divulgação e entrega de folhetos acontece nesta quinta (10) no hall de entrada do hospital
Por Raoni Santos - jornalista
08/11/2022 14h51

Visando a sensibilização dos trabalhadores do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) sobre o projeto "Assédio Moral: Conscientizar é Preciso", a Divisão de Gestão de Pessoas (DivGP) e o Serviço de Relações de Trabalho (SERET/CDP/DGP-EBSERH) promovem, nesta quinta-feira (10), no hall de entrada do HU, a divulgação e entrega de folhetos informativos sobre as atividades do projeto, que será realizado nos dias 17 e 18 deste mês, com palestras para gestores e colaboradores.

As palestras da próxima semana serão ministradas pelo especialista em Psicologia Positiva e em Gestão de Pessoas e mestre em Gestão Social e do Trabalho, Ricardo Barros, divididas primeiramente em um momento voltado os colaboradores, no dia 17, com o tema “Prevenção ao Assédio Moral com a Gestão das Emoções, Relacionamentos e Comunicações no Trabalho” e no dia 18, para os gestores, abordando “Gestão de Resultados no Trabalho: Pessoas, Processos, Recursos, Serviços e Estratégias, sem Assédio Moral”.

De acordo com a psicóloga organizacional e membro da comissão organizadora do projeto, Malba Bulhões, a questão educativa em relação ao assédio moral é importante pelo caráter preventivo, com informações que circulam em todos os hospitais da rede Ebserh, para que os trabalhadores conheçam a respeito do tema.

Também é feito um trabalho com as chefias das unidades hospitalares, já que o assédio possui as formas descendente, que parte dos chefes para os subordinados, ascendente, que segue o caminho oposto, e entre os pares, ocorrendo entre relações de mesma hierarquia. “Infelizmente as pessoas acham que uma pessoa, por estar numa função ou posição de poder, não sofre retaliação. Por exemplo, se uma chefia imediata assumiu uma gestão, contudo, ela não é bem quista no local onde está trabalhando, toda uma base de trabalhadores pode rechaçá-lo, desconsiderando as suas ações, dificultando a sua atuação”, explica Malba.

Os conteúdos se voltarão aos trabalhadores para contextualizá-los sobre o que é o assédio, quais são as formas, trazendo uma visão geral e conscientizando-os sobre a percepção de quando estão sendo assediados e que possam buscar apoio. Para as chefias, além da contextualização, busca-se sensibilizar o chefe para evitar práticas que possuam cunho assediador e até mesmo fazê-lo perceba que também pode ser vítima, mostrando que não somente os trabalhadores podem ser assediados.

Os impactos do assédio em suas várias formas afetam diversos aspectos ligados à saúde do indivíduo, como o comportamento. “A partir do momento em que ele é assediado corriqueiramente, pode desenvolver reações depressivas, perda de atenção, adoecimentos constantes e queda de produtividade. Quanto mais você se sente oprimido, menor será o seu desempenho”, comenta a psicóloga.

O formulário para participação das palestras do projeto “Assédio Moral: Conscientizar é Preciso” está disponível no link.

Mecanismos

A rede Ebserh possui uma comissão de mediação e conciliação, composta por um grupo de profissionais que atuam nos hospitais, fazendo a escuta do possível assediado e do possível assediador, a partir do que é denunciado na ouvidoria, que é o setor que recebe as queixas, tanto dos trabalhadores quanto das chefias. Será feita uma triagem e o caso encaminhado à comissão. Posteriormente é feita uma oitiva com os possíveis assediado e assediador, separadamente. Ao término desse contato, é perguntado aos envolvidos se eles gostariam de participar de uma mesa de conciliação.

Em caso positivo, ela é realizada, e, havendo consenso de que o acontecimento foi mediado, encerra-se a situação, que gera um relatório a ser encaminhado para ouvidoria e o processo é encerrado. “Não havendo uma mediação consolidada, é feito outro relatório, encaminhado à ouvidoria, que pode dar andamento a um possível Processo Administrativo Disciplinar (PAD)”, conclui Malba Bulhões, que coordena a comissão no HU.