Hospital Universitário tem programação na campanha Setembro Amarelo

Estudos relacionam o aumento dos casos de suicídio à depressão, alcoolismo e dificuldades financeiras; Evento no HU será dia 21
Por Taciana Gacelin - jornalista e Klebson Candido - estagiário de Relações Públicas
13/09/2018 08h00 - Atualizado em 12/09/2018 às 13h15
Setembro Amarelo alerta sobre a prevenção do suicídio. Foto: Reprodução da Internet

Setembro Amarelo alerta sobre a prevenção do suicídio. Foto: Reprodução da Internet

O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes realiza, no dia 21, às 8h, atividades do Setembro Amarelo, que alerta para a prevenção do suicídio. O momento contará com mesa-redonda, debate e apresentação do Protocolo de Prevenção Contra Riscos de Suicídio.

Com o objetivo de conscientizar a população a respeito do tema no Brasil e no mundo, o evento abordará, ainda, o comportamento suicida no contexto universitário. A atividade oferece 120 vagas voltadas a profissionais e estudantes do HU e da Ufal e os participantes receberão certificado de três horas.

Suicídio em números e formas de prevenção

“A cada 40 segundos, um suicídio é cometido no mundo. No Brasil, o ato de tirar a própria vida é a quarta maior causa de morte de mulheres e homens que têm entre 15 e 29 anos. Humor entristecido, isolamento e falas que demonstram algum potencial suicida- como ‘a vida não vale a pena’- são sinais de alerta, de que o indivíduo precisa de ajuda”, diz Vanessa Ferry, psicóloga do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes.

Depressão, alcoolismo, dificuldades financeiras e dores crônicas são considerados fatores de risco, já que podem influenciar o comportamento das pessoas, deixando-as mais fragilizadas. Vanessa Ferry desmistifica o vínculo entre depressão e suicídio. "Nem todo suicídio está ligado à depressão", enfatiza. Ela ainda afirma que a genética pode colaborar para que certas pessoas desenvolvam tendências suicidas, mas outros marcos também devem ser analisados.

De acordo com Alessandra Cansanção, também psicóloga do HUPAA, há grupos que apresentam um maior grau de vulnerabilidade no desenvolvimento de transtornos psicológicos. Gestantes e pessoas que trabalham sob pressão ou vivenciam diariamente sofrimento e mortes, como é o caso do ambiente hospitalar, estão propícias a desencadear o desejo de tirar a própria vida, afirma.

Remédios e acompanhamento psicológico são necessários no tratamento de mentes suicidas, mas a psicóloga Aristea Novaes destaca que a família e também uma rede de apoio de amigos, são os principais núcleos de ajuda. Entretanto, ela ressalta que um dos problemas é que "nem sempre a família leva o caso a sério, minimizando, assim, o sofrimento de quem necessita de cuidados".

Por medo da exposição, de perder o emprego, o grupo não fala sobre o assunto, o que compromete uma detecção precoce, como afirma Novaes. E ressalta: "Eles têm onde recorrer, não estão sozinhos". Ela afirma que há psicólogos, psiquiatras e outros profissionais que estão a serviço de quem apresenta ideação, vontade de se matar.