Energia solar é utilizada para iluminação noturna e carregar bateria em prédio do IC

Poste inteligente e tomadas carregadas por painéis solares reduzem custos da conta de luz

12/02/2016 16h50 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05

Jhonathan Pino - jornalista

Nos últimos meses, o Instituto de Computação (IC) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vem colocando em prática algumas ações de energia renovável no Campus A.C. Simões. Desde setembro o prédio da unidade já está contribuindo para a economia da conta de luz da instituição com a instalação da Tomada Verde e de um poste inteligente, movido à energia solar. As instalações foram planejadas pelo Grupo de Pesquisa Engineering and Systems Group (Easy) e contou com financiamento da Ufal e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).

O poste, em funcionamento desde outubro, foi feito na serralheria da Ufal e custou cerca de R$ 1.200,00.  Ele é formado por painel para a geração de energia solar de 100 Watts, um banco de baterias e uma luminária LED, com autonomia de 24h. Essas baterias são capazes de armazenar cargas para que a lâmpada do poste acenda a noite.

“Ele é inteligente, acionado por um microcontrolador. A gente o programou de acordo com a posição do sol ao longo do ano. Então ele tem para todos os dias da semana o horário médio que o sol nasce e que o sol se põe.  E aí a lâmpada acende e apaga, baseado nisso. O poste também tem um sensor de luminosidade, que por exemplo, se tiver nublado, ele compara a hora com o sensor, então ele pode acender antes, ou pode demorar mais para apagar numa manhã nublada”, explica Davi Bibiano, docente integrante do Easy.

É possível fazer toda a programação do poste a partir de um computador e modificá-la em um raio de até 1,5km. Todos os comandos são feitos sem fio e uma vantagem desse sistema é a possibilidade de controlar vários postes a partir de um poste mestre, caso existam outros com a mesma tecnologia.

“Ele tem sensores, com um deles a gente consegue medir a tensão da bateria e do painel e tem um outro sensor que mede a quantidade de energia, que é mandada para a luminária. Se ela não acender, a gente sabe que não está indo corrente e há problema nela. Se por exemplo, a gente fizer uma aplicação dessas numa cidade, você saberia a um custo bem baixo que a lâmpada queimou”, completa Davi.

No caso da tomada verde, são disponibilizadas três tomadas para que equipamentos de pequena potência, como celulares e notebooks, possam ser carregados. A energia produzida para isso advém de um painel solar de 140 W, colocado do lado externo da unidade. No interior do prédio, existe uma caixa com um minicomputador programado pelo grupo, capaz de calcular quanto já foi economizado pelo Instituto, desde o dia em que o sistema foi ligado. Para isso há um monitor que mostra esses dados aos usuários do IC.

“Ele está programado para ligar durante a semana de 7h30 da manhã e desliga as 18h30. No sábado, ele liga de 8h ao meio dia. No domingo, nos feriados e durante as férias ele não liga, para maximizar a quantidade de energia a ser economizada”, detalha Davi.

Além de economizar na conta, a geração de energia renovável também é uma forma de colocar em prática o que é aprendido na sala de aula. O aluno de Engenharia de Computação, César Augusto,  lembra que a ideia da Tomada Verde nasceu nas discussões do grupo. “A gente queria mostrar como dá para você utilizar energia renovável com o conhecimento do curso, de energias e dos equipamentos que possuímos. Utilizamos uma plataforma que nós mesmos montamos, compramos uma placa e usamos um microcomputador. A partir dele é que gente faz uma conta para saber quantos quilowatts/hora ela está gerando, através de um calculo embarcado”, explicou César.