Ministério da Saúde estuda inclusão do Hospital Universitário no Plano de Expansão da Radioterapia

Representante do MS veio a Maceió para realização de visita técnica; plano inclui construção de sala e equipamento específico para tratamento oncológico

04/11/2016 16h54 - Atualizado em 07/11/2016 às 20h07
Para receber o novo acelerador, a superintendência do HU optou por construir outro Bunker (Fotos: Daniel Araújo)

Para receber o novo acelerador, a superintendência do HU optou por construir outro Bunker (Fotos: Daniel Araújo)

Redação Ascom

Profissionais do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPPA/Ufal) receberam, na manhã de hoje, 4 de novembro, visita do representante do Ministério da Saúde, Thiago Rodrigues Santos, para iniciar estudo de viabilidade técnica com o objetivo de incluir o HU no Plano Nacional de Expansão da Radioterapia. Esse plano inclui um projeto estruturado para construção de um novo Banker (sala de tratamento com proteção contra radiação) e instalação de acelerador linear (equipamento de radioterapia) para o hospital.  

Thiago Rodrigues, que é coordenador-geral de Equipamentos e Materiais de Uso em Saúde, disse ser esse plano um dos projetos prioritários do Governo Federal. Durante reunião com integrantes das equipes de Oncologia, Assistência à Saúde, Pesquisa, Engenharia e Arquitetura do HU/EBSERH, ele antecipou a constatação de que a estrutura do hospital é adequada para atender a novos projetos nesse sentido. A superintendente do HU, Fátima Siliansky de Andreazzi, mostrou-se otimista com a vinda do representante do MS, pois, segundo ela, houve um aceno positivo quanto ao atendimento dos condicionantes exigidos pelo Governo Federal para inclusão no Plano de Expansão, dentre eles, recursos humanos, corpo clínico e infraestrutura.

Atualmente, o Banker existente no HU encontra-se obsoleto, atendendo aquém da sua capacidade. De acordo com o médico oncologista Anderson Bandeira, 40 a 50 pacientes são atendidos por dia, em dois turnos, com o maquinário atual. Essa quantidade poderá ser elevada para 60/70 com o novo equipamento, conforme o médico. Ele lembra que o HU só dispõe desse equipamento e quando ele para de funcionar, muitos são os pacientes afetados, uma vez que em Alagoas o HU é hospital de referência no tratamento contra o câncer. 

Allan Silva e Antonio Xavier, integrantes da equipe de engenheiros do HU/EBSERH, explicam que a construção de outro Banker no Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), além de promover uma melhora no atendimento com o aumento das sessões de radioterapia, não vai impedir o funcionamento do equipamento já existente, pois  a equipe destinou um terreno à parte para as obras. "Desse modo, o Banker será edificado sem que haja suspensão do atendimento", destacaram.

O reitor em exercício da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), professor José Vieira da Cruz, ressaltou que a atual gestão da Ufal vem se empenhando para materializar este projeto a partir da articulação para buscar recursos junto à Bancada alagoana no Congresso Federal. Inclusive, no último dia 19 de outubro, a reitora Valéria Correia foi a Brasília e reuniu-se com parlamentares alagoanos, que mostraram-se solidários ao pleito. "HU, Ufal, deputados federais, estamos todos irmanados em prol dos pacientes oncológicos que se beneficiarão com a construção do Banker", frisou Vieira.  

Sala para acelerador linear

O equipamento existente no HU foi recebido em 2004, mas só instalado em 2007 na unidade de radioterapia do CACON. Em 2012, o fabricante havia emitido comunicado de descontinuidade para esses modelos de aceleradores, tendo que suspender toda a  linha de fabricação de equipamentos de radioterapia. Por não estar mais sendo produzido, o equipamento existente no HU apresenta dificuldades com manutenção, uma vez que as peças são caras e de difícil localização no mercado.

Para receber o novo acelerador, a superintendência do HU optou por construir um novo Bunker, que é um espaço físico com paredes, piso e lajes em concreto armado com grande espessura para conter a radiação emitida nos procedimentos do equipamento.

"Se fosse feita somente a troca de equipamentos sem a construção de um novo Bunker, tal logística acarretaria numa paralisação entre 10 meses a 1 ano dos serviços de Radioterapia no CACON, trazendo grandes prejuízos ao HUPAA e à sociedade", explicou Siliansky.