Ascom Cied 

Apesar do significativo crescimento da tecnologia móvel, muitas meninas e mulheres ainda não têm oportunidades para usar esse instrumento, sobretudo na educação. Essa realidade mundial foi o tema principal da Semana de Aprendizagem Móvel (Mobile Learning Week – MLW 2015), realizada na sede da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em Paris, e que teve a participação de professores da Universidade Federal de Alagoas.

De 23 a 27 de fevereiro, pesquisadores, desenvolvedores de softwares e sistemas, líderes políticos e educadores discutiram ações para dar poder e autonomia às meninas e às mulheres por meio do uso da tecnologia. Com mais de mil inscritos de mais de 80 países, as discussões e palestras apresentaram a realidade atual da aprendizagem móvel, destacando a possibilidade de promover a igualdade de gênero, além de proporcionar mais educação, leitura e autonomia para meninas e mulheres.

“A educação é imperativa para os direitos humanos, é imperativa para o desenvolvimento, é imperativa para a segurança”, declarou Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, em seu discurso de abertura. “É por isso que devemos garantir que todas as meninas e todos os meninos possam frequentar a escola e receber o direito de aprender e de contribuir plenamente com a sociedade. Por todo o mundo, isso não está acontecendo […] As meninas e as mulheres são as mais atingidas”, completou.

Já a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, destacou que a tecnologia móvel pode ser um facilitador para a educação. Ela pode oferecer aprendizagem onde não haja livros, nem salas de aulas ou mesmo professores. “Isso é especialmente importante para mulheres e meninas que desistem da escola e necessitam de uma segunda chance”, destacou.

Ufal na Unesco

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) esteve representada na MLW 2015 pelos coordenadores da Coordenadoria Institucional de Educação a Distância, Luis Paulo Mercado e Fernando Pimentel. Eles acompanharam as discussões e o desenvolvimento de ideias, programas e ações que utilizam dispositivos móveis em processos educativos.

Para Luis Paulo Mercado, que também lidera o grupo de pesquisa na Ufal que discute TIC e educação na formação de professores, o evento mostrou inúmeras perspectivas envolvendo tecnologias móveis. O foco principal foi a inclusão das pessoas por meio do uso dessas tecnologias nas diversas atividades, envolvendo processos educativos.

Segundo Fernando Pimentel, vice-coordenador da Cied e professor do Centro de Educação da Ufal (Cedu), a semana foi significativa, tanto para o acompanhamento do que está sendo realizado em várias partes do mundo, como também para situar a Ufal no desenvolvimento de uma política educativa que saiba usar os dispositivos móveis com qualidade e eficiência. "O mundo inteiro está promovendo soluções viáveis de uso dos dispositivos móveis e temos muito a aprender e desenvolver", Relatou.