HU ampliará assistência aos portadores de doença renal crônica

Projeto de reforma está orçado em R$ 295 mil, recursos liberados pela Ebserh, por meio do Rehuf

17/03/2015 16h53
Nefrologista Cláudia Maria Alves diz que a saúde dos rins depende de hábitos simples

Nefrologista Cláudia Maria Alves diz que a saúde dos rins depende de hábitos simples

Tâmara Albuquerque – Ascom HU

O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU) da Universidade Federal de Alagoas iniciou esta semana a reforma que viabilizará a ampliação do atendimento a pacientes com doença renal crônica que fazem hemodiálise no Centro Integrado de Nefrologia (CIN). O projeto está orçado em R$ 295 mil, recursos liberados pela Ebserh, por meio do Programa Nacional de Reestruturação (Rehuf) dos HUs. 

O Centro registra atualmente 24 pacientes em terapia de substituição renal, por hemodiálise, em cinco máquinas que realizam o procedimento. A reforma vai permitir colocar em funcionamento outros cinco equipamentos, garantindo a terapia para mais 16 usuários. Os equipamentos novos estão no CIN há mais de um ano.

Além da ampliação da sala de hemodiálise, o serviço ganhará um refeitório com acesso para cadeirantes, uma sala de estar para a equipe médica e uma copa destinada aos funcionários. Também passará por uma manutenção geral, com reparos em pisos e paredes e nova pintura. A reforma está prevista para três meses e será realizada por etapas para não interromper o funcionamento do setor.

O Centro Integrado de Nefrologia faz o atendimento geral para portadores de doenças renais encaminhados por profissionais do próprio HU e de outras unidades, como consultas ambulatoriais e terapia renal substitutiva em dois turnos a cada dia, de segunda a sábado.

Os profissionais do serviço também estão engajados nas ações de prevenção das doenças renais crônicas (DRC), que afetam cerca de 10% da população no Planeta. No Dia Mundial do Rim, comemorado no dia 12 de março, uma equipe multiprofissional deu início à Campanha para Rins Saudáveis, iniciativa que levará orientações a usuários e profissionais do hospital sobre como adotar comportamentos que podem evitar o surgimento das DRCs.

A campanha, coordenada pelas profissionais Ellen Vidal, Marcela, Wanda Passos, Michelline Costa, Raquel Coruripe e Júnia Vaz, prevê a distribuição de água mineral com usuários e servidores do hospital; distribuição de panfletos educativos e exibição de vídeo que aborda o tema, entre outras ações que buscam alertar para a alta incidência das doenças renais crônicas, seus fatores de risco e formas de prevenção, além de disseminar informações sobre os rins.

Ingestão de água é receita de saúde para os rins

A descoberta precoce de uma doença renal é determinante para garantir o sucesso do tratamento e para evitar, dependendo da patologia, que ela evolua para um estágio crônico, pois possibilita a adoção de medidas que retardam ou até interrompem a progressão da doença. Infelizmente, esse é um desafio que poucos médicos conseguem vencer, já que a população não costuma ter hábitos preventivos e normalmente busca os consultórios quando o problema está avançado. 

A ingestão de pelo menos dois litros de água diários [em lugares mais quentes o consumo deve ser maior!]; diminuir a ingestão de alimentos com sal e uma visita anual ao nefrologista conseguiriam reduzir a alta prevalência dessas doenças na população e evitar seu avanço. O país tem cerca de 100 mil pessoas em tratamento de hemodiálise.

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a cada ano, aproximadamente 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento por hemodiálise ou diálise peritoneal. “Raros são aqueles que conseguem ter pelo menos uma parte do funcionamento dos rins recuperada para deixarem de necessitar de diálise, e poucos têm a sorte de receber um transplante renal”, enfatizou a SBN.

A médica Cláudia Maria Pereira Alves, nefrologista do CIN, destaca que para garantir rins saudáveis basta manter um estilo de vida igualmente saudável, com alimentação mais natural possível; ingestão de pelo menos dois litros de água por dia; ter uma prática diária de qualquer atividade física e fazer uma consulta anual ao nefrologista para avaliar o funcionamento dos rins. “A realização de um simples sumário de urina revela como estão seus rins e nos dá condições de fazer uma abordagem precoce para qualquer patologia” comentou.

“Cerca de 70% do nosso corpo é constituído por água. Dessa forma, a ingestão desse líquido é primordial para a saúde. A melhor maneira de observar se o corpo está bem hidratado é conferir a cor da urina. Quanto mais escura ela tiver, mais deficiência de água o organismo apresenta. O ideal é ter uma urina clarinha, quase transparente” orientou a médica, acrescentando: “Esperar ter sede para tomar água não é saudável, pois quando a sede aparece é porque a pessoa já está desidratada”. 

Cláudia Alves esclarece que as duas doenças que mais acometem os rins são a hipertensão e o diabetes. Juntas, essas patologias são responsáveis por pelo menos 50% da incidência de diálise na população mundial. “Tratar e controlar essas duas patologias resultaria uma redução de mais de 50% nos casos de doenças renais” alertou a médica.