Pesquisa de ex-aluno da Ufal é premiada no Santander Universidades

Homenagem representa importante passo na inovação dentro da construção civil

05/01/2015 10h06 - Atualizado em 05/01/2015 às 10h27
O doutorando Eugênio Bastos da Costa

O doutorando Eugênio Bastos da Costa

Jacqueline Freire – jornalista colaboradora 

Pensar alternativas para o desenvolvimento com menor impacto ambiental é hoje uma tarefa de todos os profissionais e de todas as áreas. Uma delas é a construção civil, que atua diretamente com o bem-estar da sociedade. Em seu projeto de mestrado, o ex-aluno de engenharia civil da Universidade Federal de Alagoas, Eugênio Bastos da Costa, propôs e analisou um cimento alternativo, de química diferenciada ao cimento Portland – o mais utilizado hoje, a partir de resíduos de anodização de alumínio. O produto final é uma alternativa mais ecológica, que deixa de retirar a matéria-prima da natureza e passa a usar um resíduo que seria descartado. 

Essa ideia, que ainda está em teste, mas já representa um grande avanço para as questões ambientais e o desenvolvimento sustentável, foi a premiada na categoria Ciência e Inovação do Santander Universidades em 2013. Eugênio Bastos, foi bolsista e monitor do curso de Engenharia Civil da Ufal e atuou junto da equipe de fiscalização do LCCV. 

Para ele, que é hoje doutorando em Engenharia Civil na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a premiação o motivou ainda mais a aprofundar os conhecimentos sobre o tema, ajudando a trabalhar as ideias apresentadas no projeto. “Uma fonte de grande enriquecimento na minha formação profissional está sendo a troca de informações e de experiências com a equipe que vem sendo formada no Brasil, com colaboração internacional, para debater a questão da redução do impacto ambiental da indústria do cimento a partir da proposição de materiais não-convencionais”, diz. 

Aos 27 anos, ele afirma que a Ufal teve um papel muito importante em sua formação. “Eu fui estagiário de engenharia da obra do prédio do LCCV, o qual recentemente comemorou os seus 5 anos de inauguração com mais de 500 trabalhos científicos publicados desde então. A história do Laboratório de Computação Científica e Visualização da UFAL, coordenado, na época do referido estágio, pelo professor Eduardo Setton, foi um exemplo para mim”. 

Eugênio lembra ainda que durante o mestrado, de 2011 a 2013, foi o primeiro aluno orientado pela professora Ana Paula Kirchheim (coordenadora do projeto vencedor do prêmio Santander) e devido ao fato do assunto ser pouco estudado no âmbito nacional, eram poucos os professores e colegas para conversar. “O grupo cresceu, atualmente, pode-se compartilhar ideias e dúvidas entre vários pós-docs, doutorandos, alunos de mestrado e bolsistas de iniciação científica que agora fazem parte da equipe. Então, profissionalmente está sendo muito gratificante seguir os estudos com o apoio intelectual de pesquisadores destacados na área” explica. 

O engenheiro diz ainda, que sua dedicação aos projetos de iniciação científica contribuiu para sua formação e trajetória até o prêmio. “Os professores sempre me incentivaram a participar da iniciação científica. O Programa de Orientação Tutorial – PROA, apresentado aos alunos já no primeiro semestre de curso pela professora Heliene Ferreira, foi uma grande oportunidade para ter contato com os professores e conhecer os seus projetos. Fui bolsista de iniciação durante alguns anos no Laboratório de Saneamento Ambiental (LSA), sob orientação do professor Márcio Gomes Barboza, participando sempre do Congresso Acadêmico da Ufal, além de encontros, jornadas, congressos nacionais e até internacionais”, conta Eugênio.