Instituto de Química amplia cooperação internacional em pesquisa científica e formação de pesquisadores

Professores visitantes de outros países, pós-graduação sanduíche e palestrantes estrangeiros fortalecem essas relações internacionais

12/11/2014 12h44
O reitor Eurico Lôbo, os pesquisadores britânicos Geoffrey Hawkes e Petter Haycock, o professor Edson Bento e o doutorando Adilson Sabino

O reitor Eurico Lôbo, os pesquisadores britânicos Geoffrey Hawkes e Petter Haycock, o professor Edson Bento e o doutorando Adilson Sabino

Lenilda Luna - jornalismo 

O Instituto de Química e Biotecnologia da Universidade Federal de Alagoas sempre foi atuante quando se trata de intercâmbio internacional entre pesquisadores. Faz parte da rotina do instituto receber pesquisadores estrangeiros para participação projetos científicos ou bancas examinadoras, assim como enviar pesquisadores para integrar grupos de pesquisa de universidades de vários países. 

Nos últimos dias, essa cooperação internacional está bastante ativa. São várias atividades de âmbito internacional acontecendo ao mesmo tempo. No última terça-feira, 11, aconteceu a palestra intitulada "Semiochemicals: identification and Synthesis of Oxygen Heterocycles", proferida pelo professor Vittko Franke, doutor da Universidade de Hamburgo. Nesta sexta-feira, 14, será realizada a palestra "Insect chemical communication", pela professora Blanka Kalinová, doutora do Instituto de Química Orgânica e Bioquímica da Academia de Ciências da República Checa. 

Há poucas semanas, o Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) realizou seminário para os pesquisadores e pós-graduandos, intitulado "A general introduction in Maillard reaction and n the analysis of its products", orientado pela pesquisadora alemã Monika Pischetsrieder, do Instituto de Farmácia e Química dos Alimentos da Universidade Friederisch-Alexander Earlangen, de Nuremberg. A professora veio participar da banca de defesa de tese de Júnia Barbosa, que realizou doutorado sanduíche em Nuremberg. 

No final de outubro, o reitor Eurico Lôbo recebeu o professor Jean Jacques Bourguignon, da Universidade Strasburgo (França), para tratar sobre o intercâmbio científico em desenvolvimento para o estudo de fármacos direcionados ao tratamento da Doença Leishmaniose, conduzido na Universidade Federal de Alagoas por três unidades acadêmicas: Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar); Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS); e Instituto de Química e Biotecnologia (IQB). 

Controle de pragas da cana-de-açucar 

Ainda nesta terça-feira, 11, o reitor Eurico Lôbo recebeu no gabinete os pesquisadores britânicos Geoffrey Hawkes, do Queem Mary College, e Petter Haycock, do Imperial College. Geoffrey e Petter estão participando de um projeto internacional promovido pelo Instituto de Química da Ufal, por meio do programa Ciências sem Fronteiras, como pesquisador visitante especial e apoio técnico, respectivamente, para investigar o controle biológico de pragas em cultivo de cana-de-açucar. 

Os químicos britânicos estavam acompanhados pelos professores Edson Bento e Adilson Sabino, do IQB, que desenvolvem o projeto em Alagoas, em cooperação com os institutos da Inglaterra. "Esse é um grande projeto, que deve ter um grande impacto no controle de pragas, com repercussões importantes na produtividade da principal produção agro-industrial do Estado", ressalta o professor Edson Bento. 

Apesar de a Inglaterra não cultivar cana-de-açucar, os pesquisadores britânicos estão bastante interessados na tecnologia, que pode ser aplicada em outros cultivos no país deles. "Um dos equipamentos que estamos utilizando para a pesquisa é a ressonância magnética nuclear, que é a especialidade desses pesquisadores ingleses. Eles utilizam essa técnica para análise de produtos químicos, controle de qualidade, descoberta de novos medicamentos, enfim, uma aplicação bem geral", informa o professor Bento. 

Os pesquisadores ingleses disseram que estão considerando a participação no projeto bastante produtiva, pela oportunidade de conhecer uma nova realidade em pesquisa aplicada aos cultivos agrícolas no Brasil. "É um grande projeto, a ressonância magnética é apenas uma parte dele, e os resultados estão começando a aparecer. É fundamental o controle de pragas com redução de aplicação de agrotóxicos. A ideia é bastante promissora", considerou Geoffrey Hawkes. 

Petter Haycock veio ao Brasil pela primeira vez e gostou muita da experiência de trabalhar com os pesquisadores alagoanos. "Formou-se um bom grupo, a cooperação com o Adilson Sabino foi muito produtiva. A minha função principal é melhorar a qualidade dos resultados que são obtidos com ressonância magnética e gostei muito de colaborar neste projeto, que tem uma grande relevância social e econômica", destacou Petter. 

Adilson Sabino é funcionário do IQB e, ao mesmo tempo, aluno do doutorado. Neste projeto, além de desenvolver a pesquisa, ele está se preparando para ir à Londres, para desenvolver o doutorado sanduiche com o grupo do qual Petter e Geoffrey fazem parte. "Para mim vai ser uma experiência fantástica, não só para o meu trabalho no laboratório de ressonância magnética, como para minha pesquisa de doutorado. Estou me preparando para esse intercâmbio", garantiu o pesquisador. 

A barreira da língua 

Segundo o professor Edson Bento, uma das barreiras que deve ser vencida para uma maior participação dos alunos, inclusive os de graduação, em atividades de intercâmbio internacional, é o pouco domínio do inglês. "As palestras que estão sendo realizadas com os professores estrangeiros de vários países são em inglês. Atualmente, são sete estrangeiros circulando no Iqb, convivendo nos laboratórios e realizando seminários. Como temos algumas pessoas que dominam bem o inglês, contamos com ajuda para traduzir para quem não entende. Mas estamos estimulando os nossos alunos a estudar a língua", orienta o professor. 

Adilson Sabino, por exemplo, está tendo um contato mais direto com os professores estrangeiros no Iqb para se sentir mais preparado para o doutorado sanduiche. Ele vai fazer prova do doutorado em dezembro e deve ir para Londres em março. "No doutorado, você já tem que chegar com um bom domínio da língua, porque não há tempo para aprender. Você já chega se dedicando à várias disciplinas, muitas leituras e seminários, todos em Inglês. É preciso se preparar antes", ressaltou o doutorando.