Empresas de comunicação do Semiárido alagoano motivam pesquisa no Campus do Sertão

Estudo traçará cenário dos veículos de comunicação existentes em 12 municípios do Médio e Alto Sertão e analisará o impacto político e ideológico na região, a partir desse segmento econômico

15/08/2013 11h25 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h31
Professora Lídia Ramires, coordenadora do Projeto no Campus do Sertão

Professora Lídia Ramires, coordenadora do Projeto no Campus do Sertão

Diana Monteiro – jornalista 

Está em fase inicial  a pesquisa  “Cartografia da comunicação no sertão alagoano” que objetiva traçar o cenário das empresas de comunicação (rádio, jornal e sites) em atividade em 12 municípios sertanejos: Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Olho d' Água do Casado, Olho d'Água das Flores, Inhapi, Canapi, Mata Grande, Maravilha, Dois Riachos, Piranhas, Ouro Branco e Poço das Trincheiras. 

A pesquisa, sob a coordenação da professora Lídia Ramires, conta nessa etapa inicial com  a participação, entre voluntários e bolsistas, de quatro alunos do curso de Economia da Unidade Santana do Ipanema.  “Estamos na fase de fundamentação teórica, com base na Economia Política da Comunicação, um viés teórico entre a comunicação e a economia na concepção de que a comunicação e informação é um produto mercadológico”, destaca Lídia . Ela é docente do tronco inicial na disciplina Lógica, Informática e Comunicação para os cursos de Ciências Contábeis e Economia do Campus do Sertão.   

Lídia Ramires diz que se verifica no Semiárido o crescimento de um número de sites de divulgação ampla e que a cartografia traçará o cenário das empresas de comunicação naquela região do Estado, proporcionando o conhecimento também dos vínculos políticos e partidários e, se possível, o balanço contábil  das empresas pesquisadas.   

O levantamento da quantidade das empresas  de comunicação existentes na região sertaneja terá início no próximo mês de setembro, mas a pesquisadora adianta que  está concentrada nas emissoras de rádio a comunicação no Semiárido. “As emissoras fortalecem atividades ligadas ao “coronelismo” eletrônico, atendem os interesses políticos, numa ligação que pode ser observada desde as concessões até a linha editorial”, frisa Lídia. 

Um estudo aprofundado sobre o “coronelismo” eletrônico é uma das fases da pesquisa que resultará em um novo projeto, em que será analisado o impacto político e ideológico na região, a partir desse segmento econômico. Esse novo projeto contará também com participação de alunos bolsistas do curso de Ciências Contábeis do Campus do Sertão. 

A pesquisa também propõe a criação de um banco de dados no Campus do Sertão para acompanhar a evolução dos estudos centrados na cartografia da comunicação na região. Ao destacar o estudo acadêmico com esse foco, a professora Lídia Ramires enfatizou a importância de se ter práticas da disciplina Lógica, Informática e Comunicação, além do 1º período, estimulando a reflexão sobre comunicação e sociedade no decorrer dos cursos  de Ciências Contábeis e Economia, da Unidade Santana do Ipanema, aliando-se o conhecimento teórico à realidade vivida na região. 

O estudo em andamento é o primeiro com foco em empresas de comunicação, mas já há uma pesquisa publicada no livro Panorama do Rádio no Brasil, da qual fez parte, centrada em emissoras de rádio da região metropolitana de Maceió. “Nosso objetivo é ampliar o estudo iniciado no Semiárido para todas as regiões do Estado,  traçando assim, o cenário dos veículos de comunicação existentes em Alagoas”.