Comitê avalia mais de setecentos trabalhos de pesquisa e de inovação tecnológica

22 representantes de universidades do país avaliam 787 trabalhos do Pibic em desenvolvimento nos campi A.C. Simões e Arapiraca

04/12/2013 11h50 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h29
A Lei de Acesso ao Patrimônio Genético centralizou o debate do 2º Encontro de Iniciação Científica no Campus Maceió

A Lei de Acesso ao Patrimônio Genético centralizou o debate do 2º Encontro de Iniciação Científica no Campus Maceió

Diana Monteiro – jornalista

O 23º Encontro de Iniciação Científica e o 6º Seminário de Avaliação do Programa Pibiti avaliam cerca de 787 trabalhos desenvolvidos no Campus A.C. Simões, em Maceió, em diversas áreas de conhecimento. No Campus Arapiraca a avaliação está centralizada na área de ciências agrárias com pesquisas desenvolvidos pelos cursos de Agronomia e Zootecnia e os demais trabalhos se agregaram à apresentação no Campus A.C. Simões.

A pró-reitora Simone Meneghetti informou que a avaliação dos trabalhos que integram o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) nas 22 unidades acadêmicas está sendo feita por um Comitê Externo formado por 22 professores e pesquisadores de diversas instituições do país. Para os 64 trabalhos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Tecnológica e Extensão Inovadora (Pibiti), foram convidados os avaliadores Márcio Henrique dos Santos Andrade, da Brasken e Paulo Rogério Pinto Rodrigues, do Unicentro do Paraná.

O Encontro de Iniciação Científica no Campus Maceió, assim como o do Campus Arapiraca, tiveram abertura na manhã desta terça-feira, 3. No auditório Nabuco Lopes a palestra de abertura tratou sobre “Importância do Patrimônio Genético para Pesquisa e o Desenvolvimento”, com o biólogo Diego de Lima Souza, do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, do Ministério do Meio Ambiente. No auditório do Campus Arapiraca, que participa da avaliação com cem trabalhos científicos, o tema de abertura do Pibic foi “Pesquisa Científica e Desenvolvimento “, com o professor Álvaro Carlos Gonçalves Neto, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Atualmente o Pibic dispõe de um total de 575 bolsas, destas, 275 do CNPq, 200 da instituição e 100 da Fundação Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal): “O Programa Pibiti conta com 67 bolsas, sendo 34 do CNPq e 33 concedidas pela Ufal. A realização dos eventos tem como objetivo acompanhar e avaliar as atividades desenvolvidas pelos bolsistas e colaboradores desses dois programas no ciclo 2012/2013. Ao final da avaliação o comitê elaborará um relatório a ser encaminhado ao CNPq”, frisa Pedro Valentim, coordenador de pesquisada Pró - reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.

O reitor Eurico Lôbo destacou a positividade dos programas Pibic e Pibiti e falou do investimento da Universidade Federal de Alagoas: “O Pibic é o que a Ufal tem de melhor para despertar grandes pesquisadores. Em dois anos a instituição dobrou o número de bolsas, que passou de 100 para 200 bolsas e seguramente ao final da gestão esse número chegará a 300 bolsas para a iniciação científica”.

A positividade dos programas da Ufal foi também destacada por Tatiane Lima, representante da Fapeal que ressaltou a importância da parceria para a fundação alagoana, visando a formação de futuros pesquisadores de diversas áreas em prol da ciência, do conhecimento e da pesquisa no Estado.

Lei de Acesso ao Patrimônio Genético

O biólogo Diego Lima, ao falar sobre a importância do patrimônio genético para a pesquisa e o desenvolvimento, levou ao conhecimento dos presentes os avanços da Lei de Acesso ao Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente, regida pela Medida Provisória nº 2.186 -16/2006, que se agrega ao conhecimento tradicional, mas que não contempla a proteção para a prática da biopirataria tão comumente no Brasil, o país como maior biodiversidade do mundo: são 7 biomas, 200 mil espécies, 305 etnias indígenas, além de mais de 1.800 populações quilombolas, caiçaras e ribeirinhas. Segundo Diogo, a biopirataria, para punição, ainda é tipificada como crime ambiental.

Orientando os pesquisadores para solicitação do acesso ao patrimônio genético, Diego destacou que o conhecimento tradicional é de extrema importância para as pesquisas. Ele citou exemplos de produtos da indústria farmacêutica e cosmética em larga circulação no mercado mundial, tendo como matéria-prima espécies da biodiversidade brasileira. “O medicamento m-captopril, feito do veneno da cobra conhecida como jararaca, a goiaba serrana, que uma empresa da Nova Zelândia desenvolveu uma marca de espumante, geleia e cosmético, são exemplos de produtos que utilizaram matéria – prima da biodiversidade brasileira”, frisou Diego.

Pibic e Assistência Social

Iniciante no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) a aluna Maria Fernanda Lima Batista, do curso de Serviço Social, integra projeto “Territorialização das Políticas no Brasil e Assistência Social em Alagoas”, recentemente aprovado, sob a coordenação da professora Margarida Santos. O projeto só será avaliado em 2014, ano em que estará também defendendo o trabalho de conclusão de curso (TCC): “considero o seminário uma oportunidade de aprendizado, por isso decidi participar para também conhecer melhor o formato de apresentação”, disse Fernanda.

Sobre o projeto, que tem também a participação de mais duas bolsistas, Maissa Temóteo e Raisa Duarte, Maria Fernanda disse ser o tema de estudo inédito e será dividido em três áreas de pesquisas: Territorialização da política de assistência social; Territorialização das políticas no Brasil; e Conselho Regional da Assistência de Serviço Social e e Conselho Estadual de Assistência de Serviço Social. “É fundamental desenvolver estudos nessa área, pois considero a política de assistência social a base do nosso curso”, argumenta Fernanda.