Pinacoteca Universitária abre pauta anual com exposição “Totem e Cetim”

Vernissage acontece no dia 25 de abril, às 20h

19/04/2013 11h42 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h30
Artista plástico Roberto Lúcio abre a programação da Pinacoteca Universitária

Artista plástico Roberto Lúcio abre a programação da Pinacoteca Universitária

Redação

A Pinacoteca Universitária abre a sua pauta anual no dia 25 de abril, com a vernissage de “Totem e Cetim”, do convidado Roberto Lúcio, às 20h.  Fotografias, pinturas e objetos compõem a mostra do artista, que já realizou outras duas exposições individuais em Maceió: no escritório da conceituada arquiteta Humberta Farias, em 1998, e na Pinacoteca Universitária, em 2002.

O paraibano radicado em Pernambuco já apresentou suas obras no Brasil e no exterior, destacando-se as exposições em Berlim, Munique, Nova York e Paris, além das mostras em importantes espaços brasileiros, como o Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães (MAMAM) e o Centro de Arte Hélio Oiticica, em Recife, e o Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Totem e Cetim foi exposta em 2012, no Santander Cultural de Recife, com curadoria do crítico Marcelo Campos, autor do texto de apresentação:

“Roberto Lúcio elabora uma compreensão original da herança popular brasileira, em objetos feitos com materialidades muito aproximadas às dos brinquedos, dos ornamentos de rua e, com o advento da cultura de massa, dos cartazes da publicidade. A rua é seu ponto de observação. E é justamente dali, por entre volutas barrocas e outdoors pops, que se elaboram reapropriações de imagens, formas, engrenagens, dando-se a tudo um novo verniz”.

São cartazes as imagens apropriadas por Roberto Lúcio para pensar a pintura ou a fotografia. E a reflexão desse gesto de apropriação nos coloca diante de tradições em tempos e crenças muito distintas entre si. Mesmo rasgadas, tais imagens não representam os fins; são, antes, o infinito dos meios.

Roberto cria as pinturas a partir do cartaz de rua. Mas, na criação de Roberto, a história mostra-se evidentemente estilhaçada pelo tempo. Há, na pintura, a cor caiada de Volpi, a dramaticidade alemã de Anselm Kiefer. Portanto, atravessando a década da pintura contemporânea no Brasil, Roberto agrega o urbano sob outra perspectiva, aquela que junta ladeiras e igrejas barrocas aos anúncios backlights e letreiros luminosos. Uma urbanidade híbrida, quase um pleonasmo.

Ao observarmos os objetos de Roberto Lúcio, temos outras verdadeiras lições de escultura. Roberto olha o material como sintoma de lugares, os tacos do assoalho de um metafórico quarto, trazendo a presença da casa, os descansos utilizados sobre as mesas, aplacando a temperatura de recipientes utilitários, a fita de cetim dos enfeites e ornamentos religiosos ou pagãos, a madeira dos brinquedos. Portanto, todo corpo apresentado também é metafórico.

A arte pode atentar para os totens que erigimos. Totem, um objeto, uma planta,uma pedra, um animal a ser deificado, reverenciado, amado.Um totem, podemos refletir, possui valor de culto e de exibição, frequenta os altares, erigi-se como uma cruz esperando nossa queda em genuflexão. O próprio totem exerce sua assunção como frágil, comum, banal como as vassouras que encontramos pelos cantos da casa. Alinhando-se partes heteróclitas, o princípio construtivo de Roberto seria a desmontagem”.

SERVIÇO:

Exposição Totem e Cetim- Roberto Lúcio

Pinacoteca da UFAL

Abertura: 25.04.2013 ÀS 20H

Visitação: 26.04 a 30.05.2013

Entrada gratuita

Agendamento de grupos: (82)3214 1545