Ufal 52 anos: da graduação à vida profissional

A instituição forma profissionais qualificados e estimula experiências práticas durante o curso

14/02/2013 11h50 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h31
 Josete Ferreira, gerente de estágio da Pró-reitoria de Graduação

Josete Ferreira, gerente de estágio da Pró-reitoria de Graduação

Manuella Soares - jornalista

Chegar à Universidade Federal de Alagoas é um sonho compartilhado por milhares de jovens. A cada ano, a disputa por uma vaga na graduação é mais acirrada. A busca pelo ensino público e de qualidade oferecido pela Ufal é o caminho projetado pela maioria dos estudantes que se preparam para deixar a escola e decidir o futuro profissional. Vencida essa etapa, o aluno começa a pensar na formação como a oportunidade de evidenciar habilidades, identificar potenciais e construir uma carreira de destaque e sucesso.

É durante a graduação que o estudante vai entrar em contato com a teoria e a prática da profissão que escolheu seguir, mas, já no início do curso, o que sobressai é a vontade de praticar. Essa realidade é refletida nos números do Centro de Integração Empresa Escola (Ciee), que tem mais de 2.300 alunos da Ufal cadastrados para pleitear uma vaga de estágio. O órgão oferece cursos gratuitos para capacitação dos candidatos e faz a ponte entre o aluno e a empresa que abre vaga para estagiários.

A assistente de administração Raíssa Gonzaga trabalha no encaminhamento dos perfis que mais atendem às exigências do contratante para uma seleção. Segundo ela, muitos selecionados são da Ufal. “As empresas visualizam quem é mais bem preparado e algumas até dão prioridade a alunos da Ufal, já que eles tiveram o amadurecimento de passar por uma seleção difícil para entrar na universidade, então os contratantes avaliam quem tem menos dificuldades numa prova ou entrevista”, comentou. “Geralmente os alunos do curso de Direito e da área de exatas e tecnologia são os que mais se destacam”, acrescentou Raíssa.

O mercado para estágios se abre quando os graduandos demonstram empenho e um diferencial aprendido em sala de aula, com a orientação de professores de excelência que somam títulos e experiências que enriquecem a formação do aluno. Um exemplo disso é a equipe da Algás, empresa alagoana de comercialização de gás natural, onde, atualmente, dos 11 estagiários, oito são estudantes da Ufal. “Alguns gestores não especificam de qual universidade querem selecionar, mas a gente percebe que os alunos da Ufal sempre se saem bem nas provas e nas dinâmicas de grupo. Eles também são bem mais assíduos na seleção”, ressaltou Lidiane Queiroz, da Gerência de Desenvolvimento Humano da Algás.

Portas abertas

O incentivo da Ufal em criar campos de prática para os graduandos cresce a cada ano, com novos convênios e interação com os estudantes que precisam saber onde estão as melhores vagas. De acordo com Josete Ferreira, gerente de estágio da Pró-reitoria de Graduação, cerca de cinco mil alunos já estão inseridos no mercado de trabalho acompanhando as atividades relacionadas à área de formação acadêmica. “Esses estágios dão uma visão global da profissão, porque o aluno vai saber a área a seguir, além de se deparar com as dificuldades e com as identificações do trabalho. Só assim ele vai se tornar competente e exercer com hombridade a sua profissão”, frisou Josete.

Durante a vida acadêmica, o estudante é determinado a passar pelo estágio obrigatório, que tem suas especificidades baseadas no projeto político pedagógico de cada curso, podendo variar as exigências de carga horária necessária para concluir a graduação. Nesse tipo de estágio não há pagamento de bolsa, o contratante disponibiliza o local de trabalho e o aluno recebe orientação e apoio de um professor. Mas quando o estudante consegue estágio por fora do previsto na grade curricular, ou seja, conta na carga horária flexível, é obrigatório que ele seja remunerado com bolsa, auxílio transporte e seguro.

A gerente de estágios da Prograd conta que para dar dinamismo e celeridade ao fluxo de vagas preenchidas por estudantes da Ufal, a Pró-reitoria usa as redes sociais como aliadas. “Colocamos na nossa página do Facebook todas as demandas que chegam das empresas e dos agentes de integração. Isso tem funcionado muito bem, porque os alunos ficam logo sabendo onde tem oferta e se candidatam aos estágios. Nós damos também todas as orientações necessárias para isso”, revelou.

Universidade como campo de prática

Fora das salas, mas dentro do Campus. O ambiente universitário é também um excelente lugar de atividades práticas. As empresas formadas por alunos ganham credibilidade no mercado de prestação de serviços e consultorias, como é o caso da JRS Consultoria, que tem a equipe constituída por graduandos do curso de Administração da Ufal. Os empresários juniores, como são chamados, oferecem orientações para micro e pequenas empresas nas áreas de marketing, finanças e recursos humanos, por exemplo.

Para desempenhar um trabalho sério, a Empresa Júnior conta com a colaboração de professores e ex-alunos que já passaram pela empresa e contribuem com o projeto iniciado há 19 anos. Segundo o diretor de marketing da JRS, o aluno Arthur Lopes, 108 estudantes já passaram pela empresa e cerca de 80% desses conseguiram inserção no mercado logo nos três primeiros meses de formados.

“A Empresa Júnior é uma experiência que capacita as pessoas, sendo um grande diferencial competitivo nos processos seletivos. São os estudantes que a gerenciam, negociam com os clientes e executam os serviços. Então, são vários aprendizados que não são conquistados dentro da sala de aula, mas sim com a vivência empresarial”.

Reconhecimento

O nível de preparação dos alunos pela Universidade Federal de Alagoas é reproduzido na eficiência de quem está aprendendo a ser profissional. A estudante Maryha Ferreira, de 20 anos, fez o caminho certo, esperado por uma jovem cheia de objetivos. Ela se cadastrou no Ciee em busca de uma oportunidade e seguiu a trilha indicada para se capacitar e aprender mais com os cursos gratuitos.

A aluna escolheu a direção, aparentemente mais longa, mas, com um passo de cada vez, foi abrindo o próprio espaço para ser vista. Depois de uma bolsa de Aprendiz, Maryha conquistou a confiança da gestão do Ciee e foi chamada para um trabalho temporário. “Eu aceitei o contrato consciente de que seria apenas durante a licença maternidade de uma funcionária, mas, mesmo assim, mostrei meu trabalho, me dediquei à função e fui reconhecida. Está sendo ótimo”, contou, esbanjando a felicidade de fazer parte de uma estatística de sucesso: a dos alunos que são efetivados mesmo antes de se formar. Agora, Maryha e outros milhares de estudantes da Ufal, sonham com o diploma de graduação para galgar metas ainda mais ousadas.

Números da graduação na Ufal

  • 84 cursos presenciais de graduação – 53 no Campus A.C. Simões, em Maceió; 19 no Campus Arapiraca; e 8 no Campus do Sertão.
  • 8 cursos EAD de graduação
  • 26 mil alunos matriculados na graduação


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