Diana Monteiro - jornalista

A parceria da Universidade Federal de Alagoas com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Companhia dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Universidade Federal de Sergipe (UFS) e com o Centro Oceanográfico de Vigo da Espanha tem fortalecido as ações acadêmicas do curso de Engenharia de Pesca do Campus Arapiraca/ Unidade de Penedo. Professores e alunos destacam-se com a realização de importantes pesquisas na área de Aquicultura voltadas ao desenvolvimento da região do Baixo São Francisco.

Objetivando troca de conhecimento científico entre pesquisadores, o Centro Integrado de Aquicultura e Recursos Pesqueiros de Alagoas (Ceraqua/AL) da Codevasf e a Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Sergipe, reuniram recentemente 22 estudantes dos cursos de Engenharia de Pesca e de Zootecnia do Campus Arapiraca para atividades acadêmicas e práticas. Eles participaram do 1º Seminário Regional de Piscicultura, em Aracaju, no qual estava também o  Centro Oceanográfico de Vigo, da Espanha, que debateu ações do projeto de pesquisa “Bases científicas para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis na criação do Bijupirá – Rachycentron Canadum no Brasil ”.

Falando sobre a importância do evento, o professor da graduação em Engenharia de Pesca, Emerson Soares, destacou que as discussões oportunizaram o aprendizado teórico e prático dos alunos sobre tecnologia da reprodução de organismos aquáticos de interesse comercial. Ele é coordenador da pesquisa “Avanços na reprodução de peixes marinhos” e o estudo científico é realizado em parceria com Centro Oceanográfico de Vigo, na Espanha. “Além do intercâmbio de informações e experiências, o evento oportunizou também a capacitação de alunos de graduação e pós-graduação das universidades federais de Alagoas e Sergipe. Estudantes dos dois Estados conheceram o que vem se realizando nas áreas de pesquisa e de tecnologias avançadas utilizadas em piscicultura”, diz Emerson.

Ele informa que o pesquisador espanhol Evaristo Perez Rial, do Centro Oceanográfico de Vigo, apresentou no seminário a pesquisa “Avances na Aquicultura Marinã em España”, país que é referência mundial no cultivo de peixes marinhos. Da Embrapa, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os estudos científicos sobre “Impactos na piscicultura marinha”; “Sanidade de peixes” e “Criopreservação de sêmen de peixes e biotecnologia da reprodução”. Na programação do seminário constaram também visitas técnicas ao Laboratório de Reprodução Animal e a tanques-redes no lago da unidade da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Sergipe.

Para Emerson Soares, o evento consolida o aprendizado na teoria e na prática . “Além das palestras de alto nível técnico, o evento deu aos alunos uma visão mais ampla e qualificada do que se pode praticar em termos de aquicultura sustentável e produtiva para a região e para o Brasil”, afirma o professor.

Intercâmbio científico

Com pesquisa desenvolvida internacionalmente, por meio do convênio firmado entre a Ufal e o Centro Oceanográfico de Vigo - instituto Espanhol de Oceanografia - onde concluiu o pós-doutorado, o professor Emerson Soares patrticipa do estudo científico sobre a “Reprodução e cultivo de cherna Polyprion americanus”, que ficou conhecido na Espanha por se fazer pela primeira vez no mundo científico a reprodução de duas espécies: a Polyprion americanus – Cherne poveiro e o peixe da espécie Zeus faber - san martinho. Dois artigos científicos sobre a pesquisa estão em fase de publicação  em revistas internacionais.

Nacionalmente, o professor Emerson Soares realiza pesquisa que trata da “Captura, genética, reprodução e manutenção em cativeiro da carapeba - Eugerres brasilianus em Alagoas”, com participação de pesquisadores espanhóis, da Embrapa e da Ufal. Essa pesquisa objetiva implantar em Alagoas o primeiro Laboratório de Reprodução e Cultivo em Cativeiro de Peixes Marinhos em Alagoas e no Baixo São Francisco, em especial com a carapeba, que está sob pressão pesqueira, apresenta bom valor comercial e é dotada de boa qualidade nutricional. “A espécie carapeba tem carne saborosa, é bem apreciada no Estado, e o estudo científico que está em desenvolvimento propiciará condições de cultivá-la no futuro em cativeiro, o que resultará na diminuição da pressão de pesca sobre o estoque”, diz o professor.