Alunos apresentam benefício de plantas para tratamento de doenças

Esse foi um dos temas abordados durante a 1ª Jornada Acadêmica do Sertão, encerrada na sexta-feira, 27

27/01/2012 16h30 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h34
Elisiane Sá, José Clebson Alves, Adriana Gomes e Sueleide Rodrigues fazem parte do projeto

Elisiane Sá, José Clebson Alves, Adriana Gomes e Sueleide Rodrigues fazem parte do projeto

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

A primeira Jornada Acadêmica, promovida pelo Campus do Sertão da Universidade Federal de Alagoas, abordou o tema “Os sertões de Alagoas: identidade, saberes e produção científica”. O potencial do interior alagoano foi foco de pesquisas e projetos que evidenciam a influência da região no desenvolvimento do Estado, incluindo a presença, em sua biodiversidade botânica, de plantas utilizadas em tratamentos de saúde.

Em seminário proposto pela disciplina Projeto Integrador 2, ministrada pelos professores Fernando Pinto e Francisco Vasconcelos, um grupo de alunos do 3º período do curso de Geografia selecionou e divulgou a existência de várias espécies nativas do Sertão. Essas plantas contêm propriedades medicinais, como a casca do cajueiro vermelho, utilizada como anti-inflamatório e cicatrizante.

O grupo catalogou cerca de 20 plantas existentes no Sertão alagoano. Pereiro, casca do umbuzeiro, umburana e catingueira de cheiro, angico, pinhão roxo, vassourinha e aroeira estão entre as espécies analisadas. De acordo com Elisiane Sá, estudante engajada na pesquisa, o projeto consiste em especificar os nomes convencionais e científicos das plantas, bem como suas descrições físicas e seu uso medicinal.

A aluna destacou que os estudos pretendem divulgar a botânica do Sertão e a herança da cultura dos indígenas na região. Elisiane mora em Pariconha, município situado a 19 quilômetros de Delmiro Gouveia e próximo a três aldeias indígenas. Ela revelou que a localização geográfica do local onde vive justifica o interesse pelas plantas medicinais.

O projeto, portanto, é um reflexo da integração entre a universidade e as comunidades vizinhas. “Na região, é comum vermos pessoas utilizarem ervas para o tratamento de diversas enfermidades, pois têm uma forte influência da cultura indígena. Inclusive, para o desenvolvimento desse trabalho, recorremos às aldeias e aos pajés”, ressaltou.

O uso medicinal das plantas divulgado pelo grupo pode combater afecções da garganta, dores estomacais, doenças respiratórias, infecção urinária, malária e cólica. As espécies atuam, ainda, como anticoagulantes, cardiotônicos, diuréticos, bactericidas e anti-inflamatório. Assim, mesmo sem a fabricação de  produtos com ações medicinais, os estudantes criaram um Laboratório Medicinal do Sertão temporário e proporcionaram a propagação de técnicas que podem ser utilizadas por estudiosos da área da Saúde.