Cursos de Engenharias e Arquitetura pesquisam soluções para inundações

O manejo da água da chuva é um item que compõe o sistema de saneamento básico de uma cidade. Com o objetivo de diminuir efeitos nocivos das águas pluviais na cidade de Maceió, o Programa de Pós-graduação em Saneamento Básico do Centro de Tecnologia realiza pesquisas nas áreas que acumulam essas águas, as Bacias. O programa é composto por dois grandes projetos, o Maplu e o H2URB. Os estudos são realizados nas Bacias do Tabuleiro do Martins, do Riacho Reginaldo e do Riacho Jacarecica.

22/06/2011 12h31 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h07
Riacho Reginaldo, popularmente conhecido como Riacho Salgadinho

Riacho Reginaldo, popularmente conhecido como Riacho Salgadinho

Roberta Batista – estudante de Jornalismo
 
O Maplu é realizado em parceria com outras 15 instituições de ensino superior. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) coordena todos os outros grupos. O professor Vladimir Caramori coordena o Maplu na Universidade Federal de Alagoas. De acordo com ele, o objetivo é analisar as relações da cidade com o sistema de drenagem. “Os pesquisadores analisam como as inundações ocorrem; por que elas acontecem e apontam quais as melhores soluções para resolver o problema”, disse Caramori. Os estudos permitem que eles desenvolvam técnicas modernas de drenagem, como pavimentos impermeáveis.
 
“Assim, nós podemos trabalhar soluções sustentáveis para problemas de alagamento, de esgoto, de lixo, de trânsito. Condições sustentáveis são condições melhores ou iguais para as gerações futuras”, explicou Vladimir Caramori.
 
Já o H2URB analisa indicadores de degradação do ambiente, com a finalidade de desenvolver ferramentas que contribuam para a melhoria da região. Na Ufal, o projeto é coordenado pelo professor Marllus Gustavo. Ele também é feito em parceria com outras instituições. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) coordena todos os grupos.
 
“O H2URB analisa bacias e os tipos de ocupação, predominantemente residencial; quanto de lixo é gerado naqueles canais, alguns parâmetros de qualidade de água, como coliformes fecais. É um diagnóstico”, complementa o professor Marllus.
 
Pós-graduação
 
Os dois projetos foram aprovados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e são realizados por professores e alunos dos cursos de Engenharia Civil e Ambiental, contando também a participação de docentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Fau). As análises baseiam outros trabalhos como dissertações e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
 
O Programa de Pós-graduação em Recursos Hídricos e Saneamento começou a desenvolver pesquisas na bacia do Riacho Reginaldo em 2005. Era uma parceria entre a Ufal, a Universidade de São Paulo em São Carlos (USP/São Carlos) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os estudos eram balizados por dois focos: manejo dos sistemas de saneamento básico na bacia e avaliação do sistema de drenagem, com enfoque em pontos de alagamento, qualidade de água, poluição e contaminação.
 
O Maplu e o H2URB trabalham com monitoramento: aparelhos instalados nas regiões analisadas armazenam dados que depois são recolhidos pelos pesquisadores. As rotinas de observação dependem da análise que se queira fazer, podendo ser feitas em períodos secos ou chuvosos.
 
“Ainda tem muita coisa para fazer. Estamos conhecendo um ambiente que é representativo das condições urbanas que acontecem no Brasil. Maceió tem bacias que são mostras representativas de problemas que podemos estudar”, disse o coordenador do Maplu.