Escolas públicas de Maceió terão linha direta com a PM para conter assaltos


25/02/2011 10h28 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h07

Por Carlos Madeiro - Uol Educação

Além da preocupação em ensinar aos alunos, as escolas públicas de Maceió (AL) estão dividindo a atenção com a violência. Os constantes arrombamentos e assaltos nas portas das escolas fizeram muitos colégios mudarem a rotina e pedir socorro às autoridades. Em 2010 foram registrados cerca de 60 invasões com furtos a escolas da capital alagoana, tanto da rede estadual, quanto municipal. Este ano já foram pelo menos 15. Outro problema é a quantidade de estudantes e professores assaltados na porta das escolas. Para tentar conter a onda de violência, estratégias como a instalação de câmeras e a adoção de uma linha direta com a polícia serão adotadas.

Na última segunda-feira, 23, o secretário de Estado da Educação se reuniu com comandantes da Polícia Militar (PM) e apresentou um relatório sobre os arrombamentos e apontando cerca de 40 escolas que estão em áreas consideradas de maior risco. A Secretaria de Estado da Educação solicitou que a PM faça um diagnóstico do entorno dessas unidades. As maiores preocupações estão nos bairros do Jacintinho e Tabuleiro do Martins, onde se concentram a maioria das ocorrências. "Nossa maior preocupação são os roubos na porta das escolas, que correspondem a mais de 60% das ocorrências", disse o secretário de Educação, Rogério Teófilo.

Durante o encontro, o comandante de policiamento da capital, Gilmar Batinga, apresentou as primeiras medidas que devem ser adotadas de imediato para oferecer mais segurança às escolas. Uma delas é a criação de uma linha direta entre os diretores das escolas públicas e a PM.

“Com essa ação vamos quebrar situação de, diante de um problema, ter que entrar em contato com o ‘190’ e fazer um boletim de ocorrência. Agora esse contato será direto entre escola e a viatura da polícia designada para aquela região da cidade", garantiu Batinga.

Segundo Batinga, a princípio a cidade será dividida em cinco áreas. Cada uma delas terá cinco viaturas, destinadas para atender as ocorrências das escolas. Cada uma delas terá um contato direto com a direção das escolas da região.

A PM também prometeu intensificar o patrulhamento na entrada das escolas, realizar abordagens e mapear as escolas que apresentam o maior índice de violência que serão monitoradas a princípio.

Já na rede municipal, que registrou 30 arrombamentos no ano passado, um edital de licitação já está sendo preparado para aquisição de um sistema de videomonitoramento para todas as 132 escolas. O Estado também anunciou que vai adotar as câmeras para tentar conter os furtos.

Escolas são campeãs em arrombamentos

Um dos exemplos negativos da violência é a escola municipal Kátia Pimentel, no Jacintinho. A unidade foi a última do bairro que ainda não tinha sido arrombada, mas em apenas três meses bateu recorde de ações dos ladrões. De novembro até metade de fevereiro foram seis invasões. 

Segundo a diretora da escola, Sônia Macedo, a ação dos ladrões ocorreu quase sempre aos fins de semana. "Na semana passada os ladrões arrombaram duas  vezes as janelas da escola para roubar objetos: um logo no início do expediente da segunda-feira, 14, e outro na quarta-feira, 17. Não temos nenhuma segurança, a não ser o muro alto e grades em algumas salas. Os ladrões observaram que nada tinha mudado na segurança da escola e voltaram. Levaram microfone, câmera fotográfica, impressora, jogos pedagógicos, entre outros objetos de valor. Só não invadiram o laboratório de informática e a sala de dispensa de merenda porque tem grades reforçadas”, contou.

Segundo ela, somente depois do último arrombamento foi que a Secretaria Municipal de Educação colocou guardas municipais para fazer a segurança do local. “Temos esperança que essa situação melhore, pois quem perde são os alunos”, disse.

Na rede estadual, a escola Theonilo Gama é a campeã de arrombamentos e foi invadida cinco vezes somente este ano. Por conta dos roubos, no início do mês foi instalado um sistema de videomonitoramento, que faz a vigilância 24 horas por dia. "Desde que instalamos as câmeras não registramos mais nenhum assalto", disse o secretário de Educação, Rogério Teófilo.

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