Madalena Fernandes – estudante de Jornalismo

O sonho de estudar em uma universidade pública não se limita a classe social ou situação econômica. Alda Felix e Willams dos Santos são exemplo disso: auxiliares de serviços gerais, foram aprovados em Geografia e Pedagogia, respectivamente, no Processo Seriado Seletivo 2011.

Alda Felix tem 35 anos e muita história para contar. “Eu casei com 13 anos e logo engravidei, tive que parar de estudar quando estava na 5ª série para cuidar da nova família”, desabafa a auxiliar. Aos 24 anos, ela voltou a estudar tendo que começar pela 2ª série, mas conseguiu concluir o ensino fundamental e médio estudando à noite e trabalhando das 7h às 17h na Empresa HI Serviços Ltda, no prédio do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema).

Depois de concluir os estudos, Alda Felix, mãe de um casal de 20 e 21 anos, ainda queria ir além. Ela prestou vestibular para Letras, mas não foi aprovada; no ano seguinte, conseguiu uma vaga no Programa de Apoio às Escolas Públicas do Estado (Paespe) para reforçar os estudos e tentou passar no curso de História, mas outra vez não teve sucesso.

Segundo a auxiliar de serviços gerais foram duas tentativas frustradas e sem saber que curso queria, mas por influência dos amigos do bloco onde trabalha ela tentou para área de Geografia. “Fui aprovada para ser aluna do cursinho Pré-vestibular Comunitário, do Conexões de Saberes do Osman Loureiro, e continuei estudando muito, foi então que veio a vitória. Agora me sinto realizada”, destaca a mais nova aluna de Geografia.

A Empresa HI Serviços Ltda teve também outro funcionário que realizou esse sonho. Willams dos Santos tem 24 anos e trabalha há dois anos prestando serviço no Campus Maceió. Até a 4ª série, ele estudou em colégio particular com o investimento da mãe que, mesmo sem estudo, sempre ofereceu uma boa educação para os filhos. No entanto, depois teve que continuar os estudos na rede pública estadual de ensino.

Aprovado em Pedagogia, Willams parece ainda não acreditar que realizou um dos seus maiores sonhos. “Queria dar orgulho à minha família, então fiz o que estava ao meu alcance. Mas eu ainda não consigo acreditar, ‘a ficha ainda não caiu’, esse é o primeiro vestibular que faço e logo consegui”, comemora Williams, que atribui a conquista aos estudos que recebeu da rede estadual e das aulas do Cursinho Pré-vestibular Comunitário, que assistia aos domingos, mesmo sem ser aluno oficial.

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