Universidades aproveitam redes sociais para aproximar estudantes

Marcar presença nas redes sociais já não é preocupação apenas de empresas e pessoas físicas. O setor de ensino superior disputa a atenção do público por meio de perfis no Twitter, Facebook, canais no YouTube e comunidades no Orkut. Como mídias, estas plataformas servem para propósitos distintos que variam da divulgação de informações oficiais até o relacionamento com a comunidade acadêmica.

11/01/2011 13h50 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h08
Foto: Peopleware

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Fonte: Portal Terra

Foco nos calouros

Em tempos de vestibular e matrícula, os novos estudantes se tornam os followers mais desejados por microblogs como o da Faculdade Senac de Goiás, que usa seu Twitter principalmente para divulgar inscrições para o processo seletivo, aulas demonstrativas, gabaritos e listas de resultados.

Já tem até universidade reservando nome de perfil no Twitter para o concurso de 2012 - é o caso da Universidade Federal Fluminense que batizou um perfil por @Vest2012 e, mesmo sem nenhum tweet, já atraiu 465 seguidores.

A tuitagem com cara de propaganda, porém, também pode reverter em benefício ao futuro aluno. É no que apostam as faculdades Cambury, de Goiás, e UniCeuma, do Maranhão. Em suas timelines, aproveitam para divulgar descontos na matrícula. Já a gaúcha Feevale sorteou um notebook entre os seguidores de seu perfil principal.

Outros modos de exploração das redes sociais

Ao longo dos semestres letivos, o tom dos discursos das universidades nas redes sociais se desdobra em relacionamento, divulgação de atividades institucionais e serviço ao aluno. A Anhembi Morumbi criou uma série de perfis divididos de acordo com os cursos oferecidos. Cada timeline traz indicações de conteúdos de vários sites com assuntos correlatos ao universo de aprendizado daqueles estudantes. É uma grande seleção de links úteis e interessantes a cada grupo. Aos seguidores da veterinária, um documentário da BBC com espécies estranhas de animais pode interessar. Aos alunos de Moda, links para blogs europeus com as tendências da próxima estação cairão bem ao repertório.

Outro segmento de instituições de ensino mergulhou no Twitter para conversar. Exemplo disto é a Faculdade Univix, que responde a dúvidas de seguidores em geral, sendo eles integrantes da comunidade acadêmica ou pretendentes a vagas no ensino superior. O texto dos tweets é tão informal que, em alguns casos, chega a ser escrito em primeira pessoa e até assinados.

Redes próprias

A Unicamp preferiu criar um espaço social online exclusivo para a sua comunidade, o Alumni. A plataforma integra alunos, colaboradores e estudantes egressos que hoje ocupam cargos de gestão no mercado. Através desta rede de contatos permanente, a rede busca auxiliar universitários e formandos na busca por vagas de estágio e emprego.

Outra instituição de ensino que aposta em solução própria é a São Judas, de São Paulo. Construída em WordPress, a rede "Interconectados" convida um grupo amplo - de vestibulandos a ex-alunos - para contarem histórias ligadas à universidade ou à formação profissional. A estratégia se estende para ambientes já consolidados como Facebook, Orkut, Flickr e YouTube, focando na integração da comunidade e dando visibilidade a conteúdos destas pessoas.

Instituições com redes próprias não são novidade. Em 2007, a Universidade Federal Fluminense embarcou no sucesso que o Orkut já experimentava no Brasil e criou o seu Orkuff. A ideia era de uma ferramenta que agrupasse informações e serviços acadêmicos, como acesso a documentos, inscrições em disciplinas, divulgação de notas, continuação das discussões de sala de aula e contato com o professor.

Orkut como espaço para alunos

Enquanto a maioria dos perfis de Twitter de universidades ainda é administrada pelas instituições, as comunidades de cursos superiores no Orkut são mesmo território dos alunos. Entre os grupos mais numerosos, a comunidade Universidade Anhembi Morumbi reúne mais de 21 mil membros. Nos tópicos deste fim de ano, a ânsia por conhecer os novos colegas fica explícita em tópicos como este, aberto pelo estudante Marcelo: "Campus Morumbi 2011: quem vai estudar ano que vem lá?". As mais de 4,5 mil respostas contam o curso e o turno em que cada estudante assistirá às aulas.

Mas não apenas os calouros tiram proveito destas discussões. Acadêmicos de todos os níveis convidam para festas nas repúblicas, marcam "orkontros", combinam como será o trote aos novatos, elegem os recantos mais bonitos dos campi, tiram dúvidas sobre documentação e datas de matrícula e não poupam caracteres para protestar. Os fóruns manifestam desde insatisfações com os bebedouros até o valor da mensalidade de instituições privadas.

As estrangeiras focam no Facebook

A Universidade de Stanford tem uma das fanpages mais interessantes no Facebook, com uma aba "What’s your Story?", com relatos de estudantes sobre escolha da profissão e peculiaridades de sua rotina acadêmica. Além disso, posta vídeos com depoimentos de professores a partir de questões levantadas pelo público na própria rede social.

A fanpage da Universidade Cristã do Texas usa seu mural para integrar novos estudantes, que procuram espontaneamente a página para dizer que foram aceitos. Imediatamente, recebem os parabéns em público da universidade e de outros colegas.

Aqui no Brasil, a USP alimenta sua fanpage com notícias veiculadas pela agência da universidade. A Universidade do Vale do Itajaí, de Santa Catarina, agregou vídeos às notícias. Como o desafio é participar das redes sociais, os vídeos sobre a instituição também estão no YouTube.

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