Diana Monteiro - jornalista

O Polo Viçosa começa neste mês de maio a primeira etapa do projeto “Ovinocultura no Município de Viçosa – Diagnóstico e implementação de medidas de desenvolvimento”, que vai envolver criadores de ovinos do município. O projeto está sob a coordenação do professor Diogo Ribeiro Câmara, do curso de Medicina Veterinária, e tem como objetivo geral estimular junto aos produtores a adoção de técnicas de criação de ovinos que permitam um incremento na renda familiar, respeitando-se as peculiaridades regionais e individuais.

O Projeto foi aprovado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Pesquisa (Pibip-Ação), e os estudos científicos serão desenvolvidos no Laboratório Multidisciplinar do Polo Viçosa/Campus Arapiraca. Ao implantar o projeto no município onde está instalado o curso de Medicina Veterinária os pesquisadores ressaltam as demandas sociais com as quais a pesquisa pretende interagir, como sustentabilidade na agropecuária familiar, aumento da renda local e diagnóstico da ovinocultura local.

 O projeto se  estenderá até abril de 2011 e tem a parceria da Prefeitura Municipal de Viçosa e da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Estado de Alagoas (ACCOAL). As metas dos estudos consistem em fomentar o surgimento de uma associação de ovinocultores da região, mesmo que em caráter informal; melhorar as características zootécnicas do rebanho bovino e dos índices zootécnicos do rebanho (mortalidade, prolificidade, taxa de desmame, peso ao abate, idade ao abate); e estabelecer parceria sólida entre a universidade e a população local.

 Ovinocultura

Segundo o professor Diogo Ribeiro, a ovinocultura apresenta como uma de suas principais características a possibilidade de criação em pequenas propriedades, com um patente potencial para subsistência e geração de renda para a população rural de baixa renda. Devido ao porte dos animais e ao baixo valor por unidade animal, permite ser manejado por qualquer membro da família, ao mesmo tempo em que vem sendo considerado como moeda de troca pela população nordestina há anos.

Todavia, métodos empíricos de criação e a não adoção de princípios técnicos de produção animal podem inviabilizar ou mesmo dificultar a obtenção de todo o potencial produtivo do rebanho, culminando com uma menor renda familiar. Assim, o acompanhamento dos animais, identificando aqueles potencialmente superiores para a produção de carne e realizando manejos profiláticos que permitam economias com atividades curativas, ao mesmo tempo em que se trabalha a formação técnica dos pequenos produtores, pode ser uma alternativa para a melhoria das condições sociais dos pequenos produtores rurais do município de Viçosa.

O projeto beneficiará os produtores locais, que terão aumento da renda familiar a partir das melhorias de índices de produtividade, independentemente do tamanho do rebanho bovino. “É preciso retirar a criação de ovinos do plano da subsistência e mostrar que pode ser uma atividade rentável, auxiliando na fixação do homem na pequena propriedade”, enfatiza Diogo.

Também serão beneficiados os alunos pesquisadores no que se refere à formação cidadã, acadêmica e profissional. Além da colaboração de outros docentes do Polo, a equipe é formada por um aluno bolsista e alunos voluntários. “Eles terão a oportunidade de vivenciar experiências na área de relações humanas, a partir do convívio com pessoas de diferentes graus de instrução e cultura, diagnóstico e tratamento de enfermidades na espécie ovina; familiarização com a realidade profissional e elaboração de relatórios”, complementa o professor.

Para a Universidade Federal de Alagoas, que se expandiu para o interior a partir de 2006, é o reflexo de um projeto que não só oportuniza o acesso à formação superior numa universidade pública e de qualidade, mas também reforça o compromisso da instituição com o desenvolvimento sócio-econômico do Estado de Alagoas.

“O projeto é mais uma oportunidade de firmar parcerias com a comunidade local, abrindo portas para geração de conhecimentos para o corpo docente e discente, além de permitir a vivência prática da realidade daquele município, culminando com a solidificação da tríade ensino-pesquisa-extensão”, diz Diogo Ribeiro.

As visitas às propriedades que integrarão os estudos científicos do Polo Viçosa serão feitas no mês de junho pelos alunos pesquisadores. Essa etapa consiste na identificação e seleção dos animais, além da colheita de material para exame laboratorial; acompanhamento da escrituração zootécnica implementada em cada propriedade; e proposições de soluções. A equipe de alunos também elaborará cartilhas técnicas e participará de eventos relacionados à atividade.