IPHAN vai pesquisar a obra de Théo Brandão


25/05/2010 17h14 - Atualizado em 02/05/2024 às 16h01
Comissão de avaliação entrevista uma candidata à bolsa de pesquisa

Comissão de avaliação entrevista uma candidata à bolsa de pesquisa

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) vai realizar um estudo aprofundado sobre a obra de Théo Brandão, através do Programa de Especialização em Patrimônio (PEP). O tema da pesquisa, intitulada “Em busca dos registros de Théo Brandão – permanências e perdas no folclore alagoano” foi selecionado pela unidade do IPHAN de Alagoas. De acordo com o técnico de arqueologia do IPHAN, Fernando Figali, a temática foi apresentada a todos os técnicos do instituto. “O assunto foi muito bem recebido pelo IPHAN, sobretudo pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, uma unidade do instituto, que fica no Rio de Janeiro”, explicou Figali.

O tema selecionado pelo IPHAN visa, através do levantamento nos documentos publicados e pesquisas realizadas pelo folclorista, verificar a existência/inexistência de grupos brincantes e fazedores de folclore, mapeando-os, para a elaboração de dossiê sobre o tema. Com essa pesquisa, o IPHAN espera registrar as permanências ou perdas dos grupos folclóricos, e a partir desse mapeamento, poder colocar em prática ações futuras de fomento à cultura popular. “O objetivo da escolha deste tema é fortalecer a relação do IPHAN com a comunidade, dialogar com a sociedade, através da arte popular, que é tão forte em Alagoas, temos o maior folclorista do Brasil. O IPHAN sempre teve um caráter muito fiscalizador, continuamos sendo fiscalizadores, mas queremos também ser compreendidos como um lugar de pesquisa, como um órgão orientador de políticas públicas”, explicou Figali.

O Programa do IPHAN, que está em sua 5ª edição, tem o objetivo de especializar profissionais em patrimônio cultural, através do desenvolvimento de pesquisas e estudos, com atividades práticas e teóricas, que proporcionem reflexões. A especialização, que é destinada aos profissionais recém-graduados em diversas áreas do conhecimento, tem a duração de um ano, renovável por igual período. Ao final dos 24 meses de Programa, os bolsistas têm a responsabilidade de entregar um trabalho de conclusão de curso sobre a pesquisa desenvolvida.

As vagas previstas no edital do Programa contemplaram vários estados do país. Alagoas obteve uma vaga para quem tem formação em história ou ciências sociais. “A abertura dessa vaga nos permite vislumbrar que, após a pesquisa, teremos uma noção maior sobre a obra de Théo Brandão, e com esse diagnóstico, o IPHAN, como órgão fomentador, terá uma direção a seguir. No instituto, não temos profissionais efetivamente trabalhando com o patrimônio imaterial. Além da obra de Théo Brandão ser muito importante para Alagoas e para o Brasil, realizar essa pesquisa aqui é ter a oportunidade de trabalhar melhor essa temática”, explicou Yuri Batalha, presidente da Comissão de Avaliação, que vai selecionar o bolsista da pesquisa.

Para a direção do Museu Théo Brandão, a pesquisa a ser realizada pelo instituto será de grande importância no fortalecimento do trabalho feito pelo folclorista. “Essa iniciativa do IPHAN vem suprir uma lacuna, um débito que nós temos com a obra de Théo Brandão. Uma pesquisa desse porte nos faz ter uma grande expectativa, de que haja desdobramentos concretos para a preservação da obra do patrono do nosso Museu”, disse Leda Almeida, diretora do Museu Théo Brandão.