Ações para reduzir número de mortes

Estado aposta em investimento na atenção básica á saúde para cumprir acordo com Governo Federal: Taxas ainda são de risco

03/02/2010 14h03 - Atualizado em 02/05/2024 às 16h01

O pacto pela redução da mortalidade infantil contempla os Estados do Norte e do Nordeste. Em Alagoas, 14 municípios foram priorizados. São cidades que centralizam os hospitais, registrando, desta forma, os maiores números de ocorrências. Porém, em 5 deles - Maceió, Coruripe, Joaquim Gomes, Marechal Deodoro e União dos Palmares - o número de óbitos registrou aumento entre 2006 e 2008, segundo o Ministério da Saúde.

 

Em outros 32 municípios - entre eles, 5 prioritários -, as taxas de mortalidade de 2008, calculadas pela própria Secretaria Estadual de Saúde, são consideradas de risco alto (acima de 50 óbitos para cada mil nascidos vivos) e risco médio (acima de 20).

 

Maceió, de acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, em 2006, registrou 282 mortes de bebês, passando para 301 em 2007 e 309 em 2008. Já a segunda maior cidade de Alagoas, Arapiraca, que também está entre os municípios prioritários, registrou quedas constantes: saiu da marca dos 88 óbitos em 2006, marcando 84 e 60 nos anos 2007 e 2008, respectivamente.

 

Servidora da Secretaria Estadual da Saúde há 15 anos, Mirna Pimentel, gerente do setor da atenção básica à saúde, explica que o governador Teotonio Vilela (PSDB) resolveu não concentrar os esforços apenas nos 14 municípios priorizados pelo governo federal. "As ações estão acontecendo em todos os 102 municípios, por igual", disse ela, ao elencar alguns fatores que estão contribuindo para a redução da mortalidade infantil no estado.

 

“Estão sendo feitos investimentos nas maternidades, o que tem aumentado o número de leitos". A descentralização do Samu é outro aspecto que, segundo ela, fará a diferença na redução do número de bebês mortos no Estado. "Com a descentralização da assistência médica, os municípios maiores, a exemplo de Maceió e Arapiraca, terão mais condições de atender melhor".

 

Na "luta" para cumprir o que prometeu ao presidente da República, o governador, conforme consta na revista azul com a sua prestação de contas, investiu R$ 24,4 milhões, entre janeiro e setembro de 2009, na atenção básica à saúde, boa parte da verba oriunda do governo federal.

 

No mapa de Alagoas, estampado na publicação, são apontados quinze municípios onde, no primeiro semestre de 2009, nenhum óbito foi registrado. Porém, nenhum deles está na lista de cidades priorizadas pelo pacto, havendo nestas cidades a tradição histórica de baixos índices de mortalidade.

 

Para Mirna Pimentel, a presença do governador nos 16 fóruns realizados em cidades do interior e na capital desde maio de 2009 para capacitar os servidores da saúde, está ajudando a comprometer os prefeitos e demais gestores na tarefa de reduzir a mortalidade em Alagoas.

 

"Estamos capacitando desde os vigilantes até os diretores dos postos. É um trabalho de formiguinha", disse ela, ao afirmar que acredita na redução de 10% da taxa de mortalidade infantil. "Não vamos conseguir reduzir o indicador em todos os municípios, mas em outros teremos avanços decisivos. Não é uma tarefa fácil. Envolve questões financeiras e culturais. Até a alimentação das gestantes está sendo trabalhada, isso nunca ocorreu”.