Alagoas registra 364 casos de hanseníase em 2009

Sesau diz que taxa é considerada alta e afirma fomentar ações em 12 municípios, por concentrarem cerca de 80% dos casos

29/01/2010 14h04 - Atualizado em 13/08/2014 às 01h27

Com informações da Gazetaweb

Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele e apresentando dormência podem ser sinais de hanseníase, doença que tem cura quando é diagnostica e tratada precocemente. O próximo domingo (31) é o Dia Mundial de Combate à Hanseníase e para alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está apoiando as programações municipais durante toda a semana.

Dados parciais da Sesau apontam que em 2009 foram detectados 364 casos novos de hanseníase em Alagoas, com um coeficiente de detecção de 11,53 para cada 100 mil habitantes. A taxa de incidência é considerada alta pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No período de 2001 a 2008, foram diagnosticados 3.432 casos novos, com uma média de 400 a cada ano.

Segundo a coordenadora estadual do Programa de Vigilância e Controle de Hanseníase, Clodis Tavares, o Estado promoveu, durante todo o ano passado, capacitações de médicos, enfermeiros, odontólogos, farmacêuticos e bioquímicos da atenção básica visando atualizá-los para a busca ativa pessoas que apresentam sinais e sintomas.

“Outra ação importante desenvolvida pelo Estado foi a parceria com a empresa Novartis, que forneceu uma carreta ao Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) para a promoção do projeto Caminhão da Saúde, que já percorreu dez municípios levando orientações educativas e exames. Em nove desses municípios foram confirmados 60 casos de hanseníase”, informou.

De 12 a 15 de janeiro, o Caminhão da Saúde esteve no Campus Maceió da Universidade Federal de Alagoas, atendendo a população de todo o município, seguindo posteriormente para Rio Largo e Maragogi. Ao todo, o Caminhão da Saúde esteve presente em 10 municípios alagoanos - Maceió, Maragogi, Igreja Nova, Arapiraca, Jacaré dos Homens, Quebrangulo, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, Delmiro Gouveia e Rio Largo. Veja matéria a respeito.

De acordo com Clodis Tavares, em Alagoas existem 12 municípios prioritários para o combate à hanseníase, por concentrarem cerca de 80% dos casos. “No ano passado, 40% dos municípios não apresentaram casos da doença, mas esse dado pode representar uma endemia oculta, ou seja, os casos podem não estar sendo notificados. Os treinamentos estão chamando à atenção dos profissionais e gestores para a necessidade e importância do registro de casos”, alertou.

Transmissão

A hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, pode variar de dois a até mais de dez anos. A doença pode causar deformidades físicas, evitadas quando o diagnóstico é feito no início da doença e o tratamento é imediato.

A transmissão se dá entre pessoas. Um paciente que apresenta a forma infectante da doença, estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas adoecem, porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo.

A mensagem de René Stäheli, presidente da Federação Internacional de Associações de Combate à Hanseníase, está anexa.