HU realiza neste sábado, dia 3, tratamento que pode evitar a cegueira em diabéticos


02/10/2009 08h44 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h37

O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes realiza neste sábado, 3 de outubro, o tratamento que pode impedir a cegueira provocada por complicações decorrentes da diabetes. Em Alagoas o tratamento está disponível apenas para pacientes com planos de saúde ou com acesso à rede particular.

Pelo menos 40 pacientes do hospital e encaminhados por outras unidades de saúde do estado serão submetidos ao tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde contra a retinopatia diabética, uma das causas principais de cegueira, assim como a catarata. Na rede particular, o tratamento custa em torno de R$ 2 mil. A iniciativa estava marcada inicialmente para o dia 19, mas foi inviabilizada por problemas administrativos.

Na maioria dos diabéticos a cegueira pode ser prevenida se a retinopatia for detectada precocemente e o tratamento adequado for realizado. O tratamento da patologia é realizado, basicamente, através de um bom controle clínico, de medicamentos, fotocoagulação a laser e cirurgia de vitrectomia.               

No Hospital Universitário será utilizado o medicamento Avastim, aplicado por via intra-vítrea. O medicamento, que é de custo elevado, será doado pela Secretaria de Estado da Saúde. O atendimento aos pacientes pré-selecionados terá início às 8 horas e envolverá todos os profissionais do Setor de Oftalmologia do Hospital Universitário.  Segundo o médico Jack Arnold da Silva, a retinopatia diabética danifica os vasos sanguíneos minúsculos dentro da retina, situados na parte posterior do globo ocular, gerando lesões que causam sangramento e, como conseqüência, a perda da visão.  A retina é uma camada de prolongamento dos nervos, onde estão as células receptoras responsáveis por perceber a luz e ajudar a enviar as imagens ao cérebro.

A literatura médica aponta para uma prevalência de retinopatia diabética em cerca de 40% dos diabéticos dependentes de insulina e de 20% em diabético não insulino dependentes. A faixa etária mais acometida está entre 30 a 65 anos, sendo o sexo feminino afetado com maior freqüência. No entanto, entre os 40 pacientes que serão tendidos no Hospital Universitário pelo menos dois têm apenas 20 anos de idade e um deles já perdeu a visão em um olho.

Todo paciente diabético deve ser submetido ao exame oftalmológico periodicamente. O controle rigoroso da glicemia reduz o risco de desenvolvimento de retinopatia diabética em 76% dos casos. Em pacientes que já têm a doença, um controle glicêmico rigoroso reduz a progressão da retinopatia em 54% dos casos.