É agosto da gente alagoana no Museu Théo Brandão

Exposições, oficinas, entrega de prêmio e apresentações artísticas vão movimentar a Semana do Folclore, organizada pelo Museu Théo Brandão, em comemoração ao Dia Mundial do Folclore, festejado no dia 22 de agosto.

17/08/2009 10h37 - Atualizado em 13/08/2014 às 06h47
Pastoril Professor Pedro Teixeira

Pastoril Professor Pedro Teixeira

Jacqueline Batista, jornalista, e Anyelle Cavalcante, estagiária de jornalismo

Dia 22 de agosto é o Dia Mundial do Folclore. Para comemorar a data, o Museu Théo Brandão preparou uma programação especial, começando com a exposição “O Olhar”. São fotografias de Leda Almeida sobre o próprio Museu Théo Brandão e os dois artistas ganhadores do Prêmio Gustavo Leite deste ano, através de um olhar inusitado. “Minha intenção é sugerir que as pessoas voltem seu olhar para arte, para o Museu e para a cultura alagoana. Ao chamar a atenção do olhar, quero suscitar as possibilidades de enxergarmos além do óbvio, além da realidade imediata e, dessa forma, descobrir novos sentidos para a existência”, disse Leda. Além das fotografias, a exposição também terá uma peça de cada artista ganhador do prêmio.

A exposição foi aberta na terça-feira, 18, durante o Munguzá Cultural, que teve como tema “Um olhar filosófico sobre a arte popular”, uma palestra com o médico e terapeuta de abordagem transdiciplinar, Peri Brandão. Na quarta-feira, 19, o cordelista Cristiano Kriko ensinou a fazer a arte do cordel, em duas oficinas. Também aconteceu a apresentação do Pastoril Professor Pedro Teixeira, grupo formado pelas netas e sobrinhas do saudoso professor.

Já na quinta-feira, 20, haverá duas oficinas de Coco de Roda, com a facilitadora e aluna do Curso de Dança da Ufal, Joyce Santos.

A sexta-feira, 21, é o dia da solenidade de entrega do Prêmio Gustavo Leite ao melhor artesão de 2009. Desde 2004, a entrega do prêmio de melhor artesão do ano é um evento que faz parte do calendário festivo do mês de agosto no Museu Théo Brandão. Os artesãos são escolhidos através de portaria designada pela reitora da Ufal. Este ano, dois artesãos são os ganhadores do prêmio. Houve empate entre João das Alagoas, de Capela e Zezinho, de Arapiraca.

O artista João das Alagoas faz esculturas figurativas com a cerâmica e tem um currículo extenso: já ganhou alguns prêmios de melhor artesão em outros estados; uma menção honrosa, em Córdoba, Argentina; muitas de suas obras já foram vendidas em galerias do Sudeste; tem uma peça exposta no Museu de Cerâmica, no México e outra no Museu AfroBrasil, em São Paulo.

Zezinho, o outro ganhador do prêmio, é de Arapiraca. Ele já participou de algumas exposições fora de Alagoas, como a exposição “Do tamanho do Brasil”, realizada pelo Sesc de São Paulo, e a Mostra “Por toda uma vida”, de Janete Costa, em Recife.

Há quatro anos, Zezinho procurou a Galeria Karandash, em Maceió. As esculturas em madeira policromada, de cores primárias e formas quase geométricas impressionaram a galerista e artista plástica Maria Amélia. “Zezinho trabalha com a simplificação da imagem. Faz muitas esculturas em movimento, como catavento e roda gigante, nos quais há sempre muita gente dentro. Ele também faz personagens do Nordeste, como Lampião, mas apesar de ser um artista popular, sua linguagem é contemporânea e universal”, explicou a galerista.

Ainda na sexta-feira, sobem ao palco do Museu, o Guerreiro Treme Terra de Alagoas e o grupo percussivo Baque Alagoano. O Guerreiro Treme Terra de Alagoas foi fundando em 1983 pelo mestre Benon e é um dos grupos mais respeitados do gênero.

Já o Baque é um grupo com raízes na cultura popular regional, que faz uma releitura dos ritmos tradicionais alagoanos. Voltado para a pesquisa histórica e antropológica de nossas raízes musicais, o grupo toca os ritmos de Maracatu, Baianas de Alagoas, Bumba-meu-boi, Alujá e Ijexá, entre outros.

A última etapa das comemorações acontece na madrugada de sábado, 22, dia mundial do folclore, quando o Museu Théo Brandão abre a segunda edição do projeto Museu Vai à Rua, na orla da praia. Desta vez, a exposição itinerante será individual. A cada ano, um artista vai fazer peças inspiradas no Museu e na cultura popular. Salles, o artista convidado para abrir o evento, confeccionou quinze velas de jangadas, que ficarão expostas até o domingo 23, em frente à barraca Lopana, na Ponta Verde.

Para a realização desde evento, o Museu Théo Brandão contou com a parceria da Pró– Reitoria de Extensão da Ufal (Proex), da Secretaria de Estado da Cultura, da Lopana e da Imbratin.

Biblioteca Central expõe “O Cordel do João Boneco” 

Até 28 de agosto, será exposto, no hall da Biblioteca Central, no campus Maceió, o “Cordel do João Boneco”,  trabalho artístico do professor e escritor Cristiano Kriko, que une literatura de cordel e artes plásticas. De acordo com Kriko, o cordel “é uma arte não muito valorizada em Alagoas”. O cordel retrata a cultura nordestina e os bonecos representam personagens da história. A exposição foi aberta no dia 9 no Museu Théo Brandão, e agora começa a percorrer  algumas galerias. Além dos tradicionais livrinhos de versos, chamados de cordel porque são exposotos à venda pendurados em um varal, a exposição conta também com 13 bonecos feitos de papel marchê também criados por Kriko.           

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