Estúdio de Rua e Afetos do Corpo na Pinacoteca


17/07/2009 08h03 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h55
Foto de Felipe Camelo, na exposição, faz parte da série "Só"

Foto de Felipe Camelo, na exposição, faz parte da série "Só"

Lenilda Luna - jornalista

A Pinacoteca Universitária, no Espaço Cultural da Praça Sinimbú, apresenta uma exposição de fotos de dois autores: Felipe Camelo, fotógrafo e colunista social, e Ana Rosa, recém formada em arquitetura pela Ufal.

Felipe é um fotógrafo compulsivo, como ele mesmo assume. “Levo a máquina para todo lugar: academia, praia, trabalho... estou sempre fotografando”, afirma o colunista. Nessas andanças pela cidade, ele observa detalhes e ângulos que passam despercebidos para a maioria das pessoas, como a festa de iemanjá refletida na poça de água, ou uma simples tela de proteção para uma área em obra, que se apresenta, ao olhar atento do fotógrafo, como um contraste de cores com o mar.

De tanto buscar minúcias em cada canto da cidade, Felipe flagra momentos que parecem acontecer para as lentes dele. Quando estava observando as crianças brincarem na praia, viu uma delas se afastar do grupo, vestir a canga azul da mãe e fazer uma pose diante do mar e... pronto! No clique do fotógrafo, a menina virou iemanjá. “Todo mundo pensa que ela posou para mim, que foi combinado, mas foi puro acaso”, garante Felipe.

Já Ana Rosa não tem os anos de estrada fotográfica de Felipe, mas tem muita sensibilidade para perceber na arquitetura da favela a forma do corpo de pessoas que sobrevivem com o básico, ou menos do que isso.

A arquiteta fotografou a favela Sururu de Capote, no Dique Estrada, para um trabalho de conclusão de curso na Ufal. “A idéia era mostrar um outro conceito de arquitetura, apresentando construções feitas com aquilo que consideramos sobra, ou lixo, e que para essas pessoas tem uma funcionalidade”, disse Ana.

Ana percorreu os becos da favela, percebendo não só a reutilização dos materiais, mas a rotina dessas pessoas que se movimentam naquele espaço composto de vários pedaços de história.

Vale conferir as duas exposições, que ficam abertas à visitação até o dia 28 de agosto. Leia em anexo o texto da curadora Caroline Gusmão.

assista à matérias da  TV Pajuçara  e da TV Gazeta sobre a exposição