Ufal apresenta relatório no Ministério Público


08/06/2009 08h48 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h49
Apresentação do relatório no MP. Foto de Janaina Ribeiro

Apresentação do relatório no MP. Foto de Janaina Ribeiro

O relatório sobre o diagnóstico das condições de vida e riscos sociais dos menores residentes na orla lagunar de Maceió foi apresentado nesta segunda-feira, 8, no Ministério Público Estadual de Alagoas. Os resultados da pesquisa serão avaliados conjuntamente pelas secretarias municipais e estaduais, com a participação de representantes das comunidades, pesquisadores envolvidos e diversos integrantes da sociedade civil organizada.

O relatório foi elaborado pelos professores Maria de Fátima Albuquerque, Josineide Francisco, Thereza Angélica e Jairo Calado, da Faculdade de Medicina, Élcio Gusmão, do Centro de Educação e Mara Rejane Ribeiro, da Faculdade de Serviço Social, com a consultoria psicológica de Lincoln Villas Boas, atendendo à solicitação da promotora de Justiça, Alexandra Beurlen, da Vara da Infância e Juventude do Município de Maceió. O relatório foi entregue ao Ministério Público no início de maio.

A pesquisa de campo, desenvolvida através da Pró-Reitoria de Extensão da Ufal, foi motivada por uma sentença judicial do juiz da 28º vara cível, Fábio José Bittencourt Araújo, contra a Prefeitura de Maceió, que não cumpriu os pontos estabelecidos pelo órgão para a defesa da infância na capital alagoana, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Fátima Albuquerque, foram convocados mais de 30 estudantes das graduações de Medicina, Serviço Social e Pedagogia, para auxiliar no desenvolvimento coleta dos dados. A professora conta, ainda, que o trabalho só aconteceu graças à parceria das lideranças comunitárias. “Foi um projeto muito delicado de se realizar. Sua concretização só foi possível com a ajuda dos líderes da comunidade”, afirmou.

A prática de campo, feita nos meses de dezembro de 2008 e janeiro de 2009, consistiu na aplicação de questionários e realização de oficinas com os moradores das comunidades: Muvuca, Sururu de Capote e Mundaú. “Realizamos visitas e fizemos perguntas para identificar as violações de direitos humanos nas diversas áreas: moradia, assistência médica, educacional, segurança alimentar entre outros pontos. E o que foi notado é que estes moradores, principalmente os menores de idade, estão expostos a toda forma de violação”, lamentou a professora.

Vânia Teixeira, líder comunitária da comunidade da Orla Lagunar, acredita na melhoria da condição social dos moradores da sua região, com o desenvolvimento e apresentação desse diagnóstico. “Para quem vivia abandonado, essa pesquisa é muito importante. Nunca podemos perder a esperança e devemos acreditar que as coisas irão mudar”, afirma.

Assista a entrevistas concedidas pela coordenadora da pesquisa na TV Pajuçara e na TV Gazeta.

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