Lívia Santana – estagiária de jornalismo

Na tarde do dia do meio-ambiente, 05 de junho, foi realizada uma oficina de fabricação de sabão e papel reciclado que aconteceu no Restaurante Universitário (RU). Coordenada por Marilda Melo, servidora da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e trabalho (Progep), a oficina foi aberta aos servidores da Ufal e à comunidade e tinha como objetivo promover a reciclagem de alguns materiais.

Marilda Melo ressaltou a importância de reaproveitar o papel e o óleo que são jogados fora. “O óleo saturado vai para o solo contaminar os lençóis freáticos, cada litro de óleo polui um milhão de litros de água, que é justamente o consumo de uma pessoa durante 14 anos de vida” destacou.

Vanderlei Tratti foi o convidado para ensinar a reciclar óleo de cozinha e mostrar como transformá-lo em sabão líquido. Ele participa do Instituto Brasileiro Vida Marinha que tem como objetivo preservar os recifes e mangues. Vanderley conta que 95% dos resíduos produzidos pelos restaurantes filiados do litoral norte são reciclados. Atualmente ele está tentando implantar o sistema Lixo Zero que tem como objetivo transformar lixo orgânico em adubo e lixo material em objetos, através da reciclagem.  

Foi nesta perspectiva que Vanderley pensou em reaproveitar o óleo. “Se implantarmos este sistema de transformação de óleo em produto de limpeza, numa pequena comunidade, 3% da população poderia sobreviver da reciclagem e não iria precisar de coleta de lixo. Com um litro de óleo se produz 10 litros de sabonete líquido que deverá ser vendido. A gente resolve um problema ambiental ao passo que reduz um econômico e social”, ressalta.   

Ensinando a reciclar papel, estava presente Nely Targino, professora de química da Uneal e do Cesmac. Para o processo foram utilizados jornais e revistas que, após reciclados são utilizados para confecção de objetos. “É a partir da celulose das árvores que se produz o papel e ao reciclá-lo evitamos o desmatamento de florestas. As árvores são o pulmão do mundo e devemos preservá-las,” ressaltou a professora.

A professora foi acompanhada do Grupo de Pesquisa em Reciclagem do Cesmac que tem como lema os quatro “R” - reduzir, reciclar e reutilizar é reviver. Os integrantes do grupo utilizam o próprio material que seria jogado no lixo, através da coleta seletiva para evitar o acúmulo. “Já foram abertas oficinas à comunidade, numa Ação Saúde” conta um integrante do grupo.

Nely falou ainda da importância do reaproveitamento do óleo a partir de uma visão química. “O óleo no esgoto causa entupimento e é necessária uma substância química para o dissolvê-lo. O óleo é um composto orgânico, um hidrocarboneto que a partir de sua decomposição libera metano e isso provoca o efeito estufa. O óleo ao ser jogado no solo forma uma camada impermeável que evita que a chuva penetre no solo, aumentando o risco de enchente. Se jogado no mar, ele forma uma barreira e impede a irradiação solar fazendo com que os seres aquáticos não se desenvolvam”, alertou a ambientalista.

Quem se interessar pelo processo de transformação de óleo em sabonete líquido poderá enviar um e-mail para: info@pscinasnaturais.com.br