A cidade de Viçosa, em Alagoas, foi a sede da 1ª Expedição da Agricultura Familiar Camponesa, que aconteceu nos dias 26 a 28 de abril, organizado pelo Grupo de Estudos e Extensão em Ciências Agrárias de Alagoas (Gecasa) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em parceria com a Prefeitura de Viçosa.

O evento, que teve a abertura no dia 26, contou com a participação de representantes da Ufal, da gestão municipal da cidade, do governo do estado; Semarh; e associações de agricultores, além de vereadores de Viçosa. Na abertura houve apresentação sobre a importância da agricultura familiar camponesa do Vale do Paraíba alagoano: possibilidades e desafios. Logo em seguida, aconteceu uma oficina sobre plantas alimentícias não convencionais (Panc´s), realizada pela Domênica, da Semarh..

Mas as atividades pré-evento foram importantes para o sucesso da Expedição. O professor Ulisses Rubio explica que atividades aconteceram antes do evento, no assentamento Quinta da Serra, com a recuperação de nascentes e a implantação do Sistema Agroflorestal. Essas atividades tiveram início antes de começar a expedição. O professor Ulisses explica que "uma recuperação de nascença estava em processo de finalização no momento em que os alunos estavam no local”.

Isso foi necessário para que quando o evento acontecesse os participantes pudessem ter uma dimensão da atividade concluída e eles pudessem visualizar. “No caso do sistema agroflorestal, por exemplo, o professor José Roberto Santos o preparou anteriormente para que, quando os estudantes chegassem, já estivesse tudo organizado. A mesma coisa aconteceu com a oficina da Panc´s, em que a Domenica, da Semarh, esteve no local antes para reconhecer quais plantas alimentícias não convencionais haviam no território ”, explica.

Além da recuperação de nascentes, os estudantes puderam acompanhar como é feito o processo de peixamento de açudes. “Os peixes foram doados pela Codevasf, e os estudantes puderam acompanhar o processo junto com os agricultores, que ouviram do professor Elton Lima como fazer o peixamento, como alimentar os peixes depois, etc. Foram soltos cerca de 500 alevinos [filhotes de peixe] no açude”, informa o professor.

A programação estava repleta de atividades, o segundo dia do evento foi marcado por visitas às propriedades de agricultores locais que usam tecnologias sociais sustentáveis, a fim de verificar e aprender sobre sistemas agroflorestais, recuperação de nascentes, poço artesiano, análises de água, peixamento e criação de peixes em açudes. Aproveitando o momento, houve distribuição de alevinos aos agricultores, em torno de 50 mil alevinos durante todo o evento.

Ainda no segundo dia, houve roda de conversa sobre alimentação saudável no campo e na cidade, com a parceria das professoras do curso de Nutrição da Ufal Ana Paula Grotti e Risia Cristina de Menezes. A atividade aconteceu na Praça Central da cidade, o que ajudou a abranger a população local. Os participantes também puderam aproveitar a mostra e degustação de comidas típicas locais, e aprender sobre vacinação de cães e gatos, e saúde e cuidados para as famílias dos agricultores e população em geral.

O terceiro e último dia do evento começou cedo com a Feira da Agricultura Familiar e a triagem do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), feito pela Emater, e a triagem cadastro de Produtores pela Adeal. No mesmo dia aconteceu o Fórum da Agricultura Familiar, onde foram feitas propostas para continuidade das ações, como a recuperação de nascentes e apoio aos agricultores por parte da Ufal e dos gestores locais.

“Os agricultores ficaram muito satisfeitos com a Feira, inclusive houve um engajamento da Prefeitura para que a feira aconteça mensalmente”, afirmou o professor.