A desafiante tarefa de monitorar e avaliar políticas encampadas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, pautará a atuação do professor José Alexandre Silva Júnior. Ele é docente do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade Federal de Alagoas e foi convidado para compor a equipe da pasta. Sua formação qualificada foi o pré-requisito para sua indicação nesta nova frente de trabalho na esfera federal. Alexandre vai integrar a equipe da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.

Mestre e doutor em Ciência Política, Alexandre destaca que o projeto do Ministério para as respectivas áreas, foco das ações, visa a construção de um núcleo de monitoramento e avaliação de políticas da Secretaria e, em alguma medida, da pasta como um todo, liderada pelo ministro Sílvio Luiz de Almeida. “O trabalho começará a partir de uma análise minuciosa de políticas da Secretaria com vista ao plano de ações que já vem sendo construído. O objetivo é construir avaliações de políticas que já vêm sendo geridas há décadas pela Secretaria e auxiliar no desenho de novas ações baseadas em evidências”, adiantou o professor.

Desde que ingressou na Ufal, em 2013, Alexandre participa do Grupo de Estudos Cidadania e Políticas Públicas (GCPP), do ICS, e ministra disciplinas na área de Método. A exemplo de Introdução à Estatística, Pesquisa Quantitativa e Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas. “A minha formação foi marcada por uma forte imersão em Metodologia Quantitativa e são várias as passagens que tenho por cursos de MQ oferecidos, principalmente, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), primeira universidade que exerci minha função docente, onde ingressei em 2011, dois anos antes de chegar à Ufal”, frisou.

O docente destaca, ainda, que essa inclinação resultou na publicação de vários trabalhos na citada área, alguns voltados especificamente para popularização de técnicas quantitativas, mensuração e construção de indicadores. “Chegar ao Ministério tem a ver diretamente com essa formação e atuação. Fui indicado a partir de um professor e amigo que fiz durante essa idas nos cursos de Metodologia Quantitativa. Trata-se do professor Jorge Alexandre Neves, do Departamento de Sociologia da UFMG”, reafirmou.

Sobre a equipe de trabalho, Alexandre diz que também contará com a participação de outros especialistas, alguns que já estavam lotados no próprio Ministério, e, como ele, oriundos de outros órgãos federais, como universidades e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Todos com o desafio, segundo o professor, de compor uma estrutura dentro do Ministério e assumir a tarefa de monitorar e avaliar políticas no campo dos Direitos Humanos e da Cidadania.

“Um dos primeiros grandes desafios que já vem sendo enfrentado, trata-se da obtenção de dados a respeito da cesta de ações que a Secretaria e, de forma mais ampla, o Ministério desenvolvem. Minha expectativa é que seja elaborado um calendário de entregas do núcleo, pautando um a um os diagnósticos que precisam ser realizados”, revelou.

Sobre a nova experiência para a sua formação profissional e para a vida pessoal, o pesquisador fala que considera uma oportunidade para mais formação: “Minha expectativa é que essa passagem seja uma excelente oportunidade para colocar o conhecimento que tenho a serviço do Ministério e, por consequência, do povo brasileiro. Sabemos que os desafios na área dos Direitos Humanos e da Cidadania não são pequenos no nosso país. É uma área muito carente de análise baseada em evidências, em especial, com vista a se proteger de críticas das alas mais conservadoras e reacionárias da sociedade”.

E com disposição para a nova frente de trabalho, mesmo reconhecendo uma atuação com grandes desafios para o Ministério, Alexandre complementa: “Dificilmente conseguiremos mudar a opinião desses segmentos, mas, provavelmente, evidenciaremos a importância das políticas geridas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, no mínimo, qualificando o debate”.

ICS comemora

A formação consolidada  do professor na área de avaliação de políticas públicas, diretamente ligados a direitos humanos e cidadania, assim como, produção e avaliação dessas políticas, é destacada pela pesquisadora e diretora do ICS, Luciana Santana.

“Recebi a notícia da indicação do professor Alexandre com extrema satisfação. O Ministério tem muito a ganhar com ele nos seus quadros técnicos. Conheço de perto sua competência técnica, suas expertises. Nos últimos anos tenho acompanhado o envolvimento dele do ponto de vista de pesquisas sobre políticas públicas, especialmente, nessa área de avaliação de politicas públicas. Isso engrandece muito, traz para o Ministério uma qualificação necessária, para pensar políticas públicas nessa área dotada de diversos recortes que atendem vários perfis de população”, assegurou.

A diretora destaca que a cidadania perpassa vários temas que são tratados na área de direitos humanos e diz considerar o professor José Alexandre totalmente habilitado e capacitado para poder avançar e trazer melhoria nas diversas políticas que têm uma atenção por parte do ministério: “Ele tem muito a fornecer em termos de bagagem técnica, teórica e, de uma forma geral, profissional. O que vai agregar valor à qualidade das políticas públicas que tendem a ser elaboradas. Assim como a qualificação das políticas públicas que vão estar no foco do processo de avaliação e do monitoramento.”

A professora Luciana faz um destaque da conexão da Ufal com as demandas da sociedade, dizendo: “A Universidade Federal de Alagoas  está no mesmo patamar de outras instituições de ensino, de pesquisa, dotada de um corpo técnico qualificado que consegue estar conectado  com problemas da sociedade e, assim, habilitada a contribuir com resolução desses problemas”.

E reitera: “A requisição do professor Alexandre e de outros docentes sendo demandados nas diferentes esferas de governos, municipal, estadual e federal, demonstra um corpo técnico importante que vai poder trazer grande contribuição para a sociedade, estando nesses espaços de decisão política, onde a qualificação técnica é um diferencial para a produção e implementação para avaliação de políticas públicas. O que é extremamente salutar, não apenas internamente, mas externamente na conexão com a sociedade e com os governos”.

No contexto dessa realidade, a professora Luciana defende que é importante tornar público o quanto as universidades e as instituições de pesquisa estão preocupadas e do quanto podem contribuir para a melhoria da  qualidade de vida das pessoas, fazendo, dessa forma, a diferença nos resultados políticos das ações.

“A comunidade do ICS  está muito feliz com a indicação do professor Alexandre para o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A sociedade brasileira só tem a ganhar. É um profissional gabaritado que vai fazer diferença nas políticas públicas. De alguma maneira, também tem um retorno para a Ufal, para a sociedade alagoana e brasileira. É com muita satisfação que recebemos a notícia de sua indicação e, de perto, estaremos acompanhando os êxitos de sua atuação”, finalizou Luciana Santana.