Professor aposentado do Centro de Tecnologia (Ctec) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Márcio Callado recebeu uma homenagem do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, que formam o Sistema Confea-Crea na abertura da 77ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea). A cerimônia aconteceu no dia 4 deste mês, em Goiânia, e marcou o início do evento, que debateu tecnologia, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social.

No total, 27 profissionais foram homenageados pelas entidades e tiveram seus nomes inscritos no Livro do Mérito. “Este é um reconhecimento pela atuação desses 12 profissionais em atividade, bem como dos 12 que estão recebendo hoje essa homenagem póstuma e essas 3 entidades que foram fundamentais para o desenvolvimento da área no país”, explicou Daniel de Oliveira Sobrinho, chanceler da Comissão do Mérito.

A condecoração é a honraria máxima, concedida a indivíduos com trajetória de sucesso e atuação relevante no desenvolvimento da área. “Me sinto honrado e agradeço ao Confea pela homenagem. Ressalto a importância desse prêmio, principalmente para aqueles que desbravaram a engenharia nos estados brasileiros”, avaliou Callado, pai da professora Nélia Callado, também docente do Cetro de Tecnologia da Ufal.

Muito além da academia

Antes da dedicação à docência, Callado atuou ativamente na implantação do abastecimento de água em Alagoas. O professor foi um dos fundadores da antiga Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e participou das obras de três adutoras, estruturas que conduzem a água da captação para as estações de tratamento no interior do estado.

“Me formei em 1958 pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), participei de obras estruturantes no estado de Alagoas, como as adutoras do Sertão, Agreste e Bacia Leiteira e também implantei o abastecimento de água em quase todos os municípios de Alagoas”, relembrou.

Em 1960, passou a atuar como professor voluntário não-remunerado no curso de Engenharia Civil da Ufal, lecionando a disciplina de Hidráulica Aplicada. O professor seguiu conciliando seus projetos como engenheiro e a docência, até se aposentar, aos 67 anos. Hoje, com 88, dedica-se a escrever uma autobiografia, que reúne memórias da vida pessoal e também a história do abastecimento de água no estado.

Em 1966, com a federalização da Escola de Engenharia, que passou a compor a Universidade Federal de Alagoas, foi efetivado, onde lecionou cerca de 15 disciplinas para o curso de Engenharia Civil até a sua aposentadoria em 2001.