O professor Geraldo Majela Gaudêncio Faria tem uma história de vida entrelaçada com a Universidade Federal de Alagoas: trabalhou como docente da instituição por 39 anos, ao lado da esposa, Verônica Robalinho, ajudando no desenvolvimento do curso de Arquitetura e Urbanismo e da própria Universidade.

Majela ingressou na Ufal em 1980, por concurso público, logo após a conclusão do mestrado em Planejamento Urbano e Regional, na federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ainda nesta etapa da formação conheceu a esposa Verônica, pernambucana, e decidiriam, então, construir a vida no Nordeste.

“Foram trinta e tantos anos, quase 40 que dediquei à Universidade, uma dedicação exclusiva. Então, toda a minha energia, de certa forma, foi dedicada à carreira docente, ao magistério, e a atividades que pudessem ampliar o espectro de serviços da Universidade para a comunidade”, relembrou.

Sobre a experiência de ter dedicado a vida à Universidade, o professor se orgulha, principalmente ao versar sobre a importância da instituição no desenvolvimento de Alagoas. O professor foi testemunha da expansão universitária. Segundo ele, principalmente ao se interiorizar, abrindo unidades de ensino fora da capital, a Ufal consegue levar conhecimento de maneira equilibrada para todo o Estado.

“Acredito que o processo de interiorização foi a contribuição mais marcante da Universidade para o Estado de Alagoas. Até o momento da interiorização, havia uma certa polaridade em Maceió e isso dificultava muito o acesso à universidade para os estudantes do interior. Então com a descentralização, eu acho que abriu una oportunidade única para um desenvolvimento mais equilibrado no estado para a ciência, a tecnologia e as artes também”, avaliou.

Além da atuação no ensino e na pesquisa, o professor participou de momentos importantes da história de Alagoas e da Universidade, como a Assembleia Constituinte Estadual de 1989, na qual a Ufal participou ativamente da criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).

Majella destaca a necessidade de manter a Universidade alinhada com a sociedade e os valores democráticos. Por isso, defende a realização de eventos como a Bienal Internacional do Livro e considera a 70ª Reunião Anual da SBPC como um marco desta relação com a sociedade.

Sobre seu legado para o curso de Arquitetura e Urbanismo, o professor relembra que participou da criação do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). “Também tive a oportunidade de propor, desenvolver e coordenar o curso de especialização em Produção do Espaço, em 1980”. E seus alunos lembram com carinho o mestre dedicado: "Meu eterno orientador!!! Professor Geraldo foi meu orientador de TCC, pibic, mestrado e doutorado! Serei para sempre grata a todo conhecimento partilhado! Professor Geraldo é minha referência de pessoa e profissional! Hoje tenho a honra e o desafio de assumir a liderança do nosso grupo de pesquisa! Bela e merecida homenagem", diz a professora Viviane Costa, da Faculdade de Arquitetura e atual Coordenadora de Desenvolvimento de Pessoal da Progep.

Aposentado desde 2019, vê no futuro a possibilidade de voltar às salas de aula e à pesquisa, pois pretende se candidatar a professor voluntário, contribuindo com a pós-graduação. Nas horas livres, gosta de estar em contato com a família, com os colegas e participar de eventos. E aguarda, ansiosamente, o retorno da “normalidade” para desfrutar, novamente, de encontros presenciais.