Jhonathan Pino - jornalista

Pode até não parecer, mas a palavra "mudança" é bem corriqueira na vida da assistente administrativa Marinês da Silva Silveira. Depois de 32 anos na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep), a servidora se aposenta com boas lembranças e projetos para uma nova etapa da vida.

Mas caso você esteja se perguntando, "como alguém que trabalhou durante 32 anos no mesmo local é praticante do ato de mudar?". Respondendo a essa possível dúvida, podemos responder que o fato desse ter sido o primeiro e único emprego de Marinês não a impediu de acompanhar as diversas transformações pelo qual passou a Universidade.

A primeira delas que abordaremos é a inexistência da Pró-reitoria. Quando ela entrou na Ufal, em 1980, existia apenas a Coordenadoria Pós-graduação. No final da década, Marinês fez parte do grupo que criou a Propep, mas outras mudanças viriam transformar de vez o ambiente de trabalho da servidora: "a implantação da informática foi um desafio e tanto. Tivemos que utilizar os computadores sem uma preparação anterior", relata Marinês.

Junto à informatização, os servidores da Propep tiveram que se ambientar a um novo espaço. Também em 1988 a Pró-reitoria foi transferida da antiga Reitoria, antes localizada no prédio do atual Espaço Cultural, para o Campus A. C. Simões. "A transição foi difícil, pela distância e outros fatos, mas o entrosamento entre os funcionários e o bom humor são marcas da Propep", ressalta a servidora.

E foi com esse bom humor que Marinês trabalhou com nove diferentes pró-reitores, dezenas de coordenadores, funcionários e vários bolsistas. "Eu vi alunos bolsistas tomarem-se excelentes profissionais; alguns deles serem professores e pró-reitores desta Ufal. Pude trabalhar com pessoas maravilhosas e já sinto saudade do convívio com elas aqui. A Propep é a extensão da minha casa", detalha Marinês.

No entanto a servidora relata, que apesar de todos os ganhos da Propep, nas últimas três décadas, com o nascimento de dezenas de programas de pós-graduação e o crescimento vertiginoso do número de bolsas de pesquisa, o número do corpo técnico da Pró-reitoria não teve o mesmo ritmo. "Ele é insuficiente para as demandas das atividades atuais. Aqui se trabalha muito e o resultado aparece e sempre é satisfatório", acrescenta a assistente.

Com alguns convites já recebidos, a servidora pretende levar o conhecimento adquirido na Ufal para seus futuros projetos profissionais. "Inicialmente vou descansar, mas vou levar muita coisa na bagagem e aplicar tudo que aprendi aqui, lá para fora", relata Marinês, que ainda aproveitou a oportunidade para deixar uma carta de despedida e agradecimentos aos colegas de trabalho. Veja carta anexa abaixo.