Estudantes participam de torneio feminino de xadrez no Campus A.C. Simões

Evento contou com o dobro de participantes da primeira edição realizada em 2023
Por Deriky Pereira – jornalista
15/03/2024 16h07 - Atualizado em 18/03/2024 às 10h33
Evento contou com o dobro de participantes da primeira edição realizada em 2023

Evento contou com o dobro de participantes da primeira edição realizada em 2023

A Universidade Federal de Alagoas realizou, no último 8 de março, a segunda edição do Campeonato Feminino de Xadrez da Ufal. O evento movimentou o Complexo Esportivo do Campus A.C. Simões, em Maceió, e contou com o dobro de participantes da edição anterior, realizada em 2023. A campeã foi Raíssa Moura, de Medicina, após fazer 6 pontos em 6 possíveis. Em segundo lugar, Marileila Santos, de Letras Francês fez 4 pontos. Na sequência, Emy Oliveira, de Matemática e Laura Gadelha de Medicina foram 3° e 4° lugar, respectivamente, também com 4 pontos.

A campeã, Raíssa Moura, tem afinidade com o jogo desde criança e viu no torneio da Ufal uma oportunidade de participar e se divertir. Além de celebrar o evento, a estudante se diz feliz em ver que o movimento enxadrista feminino está crescendo na Universidade. Ela não chegou a participar das monitoras ofertadas pelo Clube de Xadrez (CXUfal), mas arrisca dizer que, num futuro, pode até se tornar monitora.

“Eu jogo xadrez desde criança, aprendi no início do ensino fundamental na escola e meu primeiro torneio foi aos 8 anos. Sou caloura da Ufal nesse ano e estou animada para participar de mais competições universitárias, então vencer esse torneio foi uma experiência que me trouxe motivação para jogar mais torneios na Ufal. Fiquei muito feliz por jogar esse torneio e perceber que o xadrez feminino está crescendo, precisamos de mais mulheres no mundo do xadrez”, diz Raíssa.

A estudante também destacou o fato de participar de um torneio feminino de xadrez em pleno Dia Internacional da Mulher. “A experiência de participar de um campeonato feminino exatamente no dia da mulher é gratificante, porque é um símbolo de reconhecimento que, muitas vezes, nós não temos pelo fato do xadrez ser um esporte muito masculino”, salientou Raíssa Moura.

Experiência gratificante

A vice campeã, Marileila Santos, também aprendeu a jogar quando criança, aos 9 anos, em um projeto social da Escola Municipal Zumbi dos Palmares, em Maceió. No entanto, com as responsabilidades do dia a dia precisou dar uma pausa na prática do jogo. Retornou, porém, às vésperas do campeonato feminino da Ufal. E não se arrependeu, pelo contrário. Para ela, foi uma experiência gratificante!

“Fui crescendo e as responsabilidades aparecendo, precisei escolher entre trabalhar, estudar ou jogar xadrez. Por motivos maiores eu precisei pausar essa fase de enxadrista. Participei uma vez, uma semana antes do torneio acontecer. Voltei recentemente, conforme mencionado anteriormente, sete dias antes da competição. Foi bastante gratificante, mesmo com meu bebê de 8 meses, eu consegui me concentrar e obter uma ótima pontuação. Para quem estava parada há bastante tempo, achei perfeito”, vibrou.

O clima do torneio foi incrível”

A gente sabe que o xadrez é um jogo que requer concentração. É preciso sempre estar de olho em cada movimento de quem joga com você. No entanto, apesar da disputa, Emy Oliveira classificou a experiência como maravilhosa, principalmente quando perguntada sobre a energia do evento: “O clima do torneio foi incrível”, disse. Ainda segundo ela, o fato de o número de participantes ter dobrado de um evento para o outro revela que o grupo está no caminho certo.

“Em particular pra mim teve um sentimento ainda mais especial pois desde que entrei na Ufal e percebi essa diferença entre o número de jogadores que estou empenhada em conseguir mais representantes do xadrez feminino. O torneio veio como uma resposta de que está dando certo, então, ter uma competição no Dia Internacional da Mulher vendo o número de mulheres dobrar em relação ao primeiro foi ainda mais incrível”, salientou a estudante.

Conexão

A estudante de Medicina, Laura Gadelha, também se destacou no Campeonato Feminino de Xadrez da Ufal. Sua caminhada enxadrista começou cedo: ela aprendeu a jogar aos 7 anos e de lá pra cá seguiu jogando. Parou, no entanto, há mais ou menos 5 anos, mas decidiu participar do evento, do qual classificou como um importante momento de conexão entre as participantes. Ela também torce para que, num futuro próximo, o xadrez possa ter adesão feminina ainda maior.

“Achei uma experiência muito legal, até mesmo para que as mulheres pudessem se conectar umas com as outras, com pessoas de diferentes realidades, diferentes dia a dias, mas com algo tão legal em comum: o xadrez, que muitas vezes é tido como um esporte masculino, e é sempre notório a presença predominante de homens. Eventos assim são muito importantes para que outras mulheres se interessem pelo esporte e vejam que tem espaço e tem umas as outras como apoio”, disse Laura.

Aumento do número de mulheres se destaca

O líder do Clube de Xadrez da Ufal, Davi Matheus, que organiza torneios e campeonatos de xadrez no campus desde 2018, celebrou o aumento no número de mulheres nesta edição. “Eu organizo campeonatos de xadrez na UFAL desde abril de 2018 e é sempre uma satisfação quando vejo a turma animada para mais uma competição. A maioria dos participantes são homens, mas, recentemente, algumas mulheres participaram com frequência das competições mistas fechadas aos alunos da Ufal”, celebrou Davi.

Ele destacou ainda que ver o evento com o dobro de meninas participantes em comparação à edição anterior em pleno Dia Internacional da Mulher foi bastante simbólico. “Conseguimos dobrar esse número no campeonato realizado no Dia Internacional da Mulher. Nossa expectativa é que esse número aumente cada vez mais. Creio que o sucesso da última edição está ligado as monitorias que acontecem toda semana”, salientou.

Davi Matheus ainda aproveitou a oportunidade para adiantar que estão vindo aí novas edições de campeonatos femininos. “Segundo nosso calendário, os próximos torneios femininos estão marcados para 5 de julho e 1 de novembro. Mas, podemos pensar em adicionar mais uma data nesse ano a depender da movimentação nas monitorias”, revelou ele, agradecendo, em seguida, o apoio da direção do Instituto de Matemática (IM) e à Gerência de Esportes da Pró-reitoria Estudantil (Proest) na realização do evento.

Quer aprender xadrez? A hora chegou!

E para quem não domina muito bem a arte do Xadrez, ele alerta: existem monitorias para acompanhamento e orientação aos interessados. “As monitorias ou oficinas são ideais aos iniciantes para aprender a jogar xadrez do zero e também ao mais experiente ter a oportunidade de praticar partidas amistosas contras seus colegas. Elas estão abertas aos estudantes da Ufal que devem confirmar participação pelo direct no perfil @cxufal ou pelo WhatsApp por meio do (82) 99107-1035”, complementou Davi.

As ações de monitoria ocorrem no Complexo Esportivo da Ufal às terças, das 15h30 às 16h30, com Lucas Espíndola, do 2º período de Arquitetura e Urbanismo; quartas das 15h30 às 16h30, com Gabriel Ribeiro, do 4º período de Enfermagem; na quinta-feira, entre 17h30 e 18h30, com o graduando João Vitor, do 8º período de Direito e na sexta, das 13h30 às 14h30, com Emy Oliveira, para o grupo de xadrez feminino. Também às quartas, mas das 19h às 20h, o estudante André Luiz oferta monitoria na Biblioteca Central.

“O monitor ficará responsável pela sala de xadrez durante o horário combinado pelo mesmo e terá autonomia para ensinar o esporte para algum novato, organizar partidas amistosas, treinar e estudar partidas de xadrez, etc. A sala, no Complexo Esportivo, conta com ar-condicionado, um quadro magnético de xadrez, mesas, cadeiras, peças, tabuleiros e relógios”, explicou Davi Matheus, ao complementar que esta ação é exclusiva para estudantes da Ufal.

Veja detalhes sobre as monitorias aqui. E acompanhe o perfil @cxufal no Instagram para saber detalhes dos torneios e outras ações do Clube de Xadrez da Ufal.