Estudantes participam de oficina para construção de forno

Estudantes de Arquitetura, Design e Engenharia aplicaram técnicas construtivas aprendidas na teoria
Por Izadora Garcia - relações públicas
09/02/2024 14h04 - Atualizado em 09/02/2024 às 14h46

O Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Beco Emau) promoveu, na última quinta-feira (8), o evento Oficina de forno: experimentação de técnicas construtivas ancestrais. A atividade aconteceu no pátio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e reuniu estudantes de Arquitetura, Design e Engenharia para a construção de um forno de pizza de forma sustentável.

O objetivo foi unir os estudantes em uma atividade prática na qual eles puderam experimentar conceitos estruturais aprendidos em sala de aula de uma maneira tangível e lúdica, além de promover um momento de confraternização entre a comunidade acadêmica. A iniciativa foi orientada pela professora Diana Helena Ramos e teve o apoio do Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo (Caau) e da Empresa Júnior de Arquitetura e Engenharia Civil (Ejec).

“O forno de pizza é uma construção típica dos cursos de Arquitetura. É algo que os alunos fazem em eventos da área. Eles que organizaram, montaram tudo, eu só falei que estava disposta a ensinar. E a ideia é que essa técnica possa ser passada para outros estudantes”, explicou Diana Helena.

“A construção do forno combina elementos como perpetuação do conhecimento ancestral, trabalho em equipe e confraternização, promovendo cultura e integração entre os participantes”, explicou a estudante Gleysy Azevedo.

“O evento também reforça conceitos como a sustentabilidade porque foram utilizados elementos como a terra que pegamos aqui mesmo no pátio da FAU, açúcar e água”, complementou a futura arquiteta Ana Beatriz Passos.

A atividade levou aproximadamente nove horas para ser concluída e foi encerrada com uma rodada de pizza, com massas feitas pelos próprios alunos e assadas no forno. O processo também faz parte de construção porque o forno precisa passar pelo processo de cura, que é a retirada da umidade acumulada no processo de construção.

“No final das contas, o evento também foi uma forma de unir a faculdade. Tivemos parceiros como o Centro Acadêmico e a Ejec para que pudéssemos realizar a atividade. Tudo foi feito com intuito de aprender o que a gente vê na teoria e colocar a mão na massa, unindo toda a comunidade acadêmica em um momento assim”, avaliou Stephany Souza, estudante de Arquitetura.

Por que construir um forno?

A construção de fornos de pizza se tornou uma prática comum nos cursos de Arquitetura. O forno iglu tem origem antiga e foi utilizado por diversas civilizações ao longo da história. Além dos conceitos e técnicas arquitetônicas, a atividade é um espaço no qual os alunos têm contato com a história da arquitetura e podem desenvolver o espírito de equipe, trabalhando em mutirão em prol de um objetivo comum.

Pensando nisso, professores passaram a se utilizar da atividade para explicar o funcionamento estrutural de algumas tipologias construtivas [tipos de construção]. A cúpula, por exemplo, é uma estrutura que proporciona uma distribuição uniforme da carga, promovendo a sustentação para a peça, o que os estudantes conseguem verificar na prática, durante o processo de construção e uso.

As oficinas tiveram início com o professor Vitor Lotufo, da PUC-Campinas e acabaram se popularizando em calouradas ou em eventos dos cursos em todo o Brasil.

“O forno de pizza é uma versão reduzida de várias técnicas construtivas que povos, há 2.000 anos atrás, já utilizavam. Nessa atividade, construímos as paredes e outras duas tipologias construtivas: o arco em tijolos, que é a entrada do forno, e a cúpula, uma semicircunferência que é a estrutura em formato de iglu do forno. Essa é uma estrutura muito comum em construções antigas, como as abóbadas das igrejas, as portas em arcos porque antes as construções eram mais artesanais e não eram feitas com pilares e vigas como hoje em dia. Essa é a experiência técnico construtiva que eles tiveram”, finalizou a docente Diana Helena.