Em 10 dias, reitor vai instituir comissões para acompanhar demandas do curso de Dança

Serão formados três grupos para discutir os problemas ligados a falta de pessoal, infraestrutura e evasão
Por Simoneide Araújo - jornalista / Renner Boldrino - fotógrafo
31/08/2023 14h59 - Atualizado em 31/08/2023 às 15h00
Turma de Dança com reitor e membros da gestão

Turma de Dança com reitor e membros da gestão

O reitor Josealdo Tonholo recebeu em seu gabinete, na última terça-feira (29), estudantes e professoras do curso de Dança para discutir os problemas enfrentados. Ele assumiu o compromisso com o grupo de buscar saídas a médio e longo prazos e, para isso, vai instituir três comissões que irão se debruçar nas questões ligadas a falta de pessoal, infraestrutura e evasão. O reitor deu prazo de dez dias para formar os grupos e publicar as portarias.

Tonholo reafirmou ao grupo de Dança que está de portas abertas e quer firmar um pacto para buscar atenuar os problemas vivenciados pelo curso. Ele reverenciou a dedicação das cinco decentes e dos discentes, porque, mesmo com toda problemática vivenciada, conseguiu subir o conceito do curso, de 3 para 4.

Mesmo sabendo de todas as dificuldades, o reitor parabenizou o grupo pela decisão de subir do Espaço Cultural, onde o curso funcionava, para o Campus A.C. Simões. “Foi uma decisão acertada e vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para melhorar as condições de infraestrutura, criação de programas de extensão para garantir bolsas e a permanências dos nossos alunos e alunas, porque isso vai contribuir para redução da evasão. Estamos tratando as reivindicações com muita seriedade. Vamos elencar as prioridades e buscar resolver o que for apontado pelas comissões”, garantiu Tonholo.

Para fazer parte das comissões, Tonholo apontou a necessidade de representação estudantil, de docentes, servidores técnicos e integrantes da gestão da Universidade: pró-reitorias de Graduação (Prograd), Estudantil (Proest), de Gestão de Pessoas (Progep), de Gestão Institucional (Proginst) e a Superintendência de Infraestrutura (Sinfra). Os nomes dos integrantes das comissões devem ser encaminhados ao gabinete no prazo máximo de dez dias. A partir daí, serão emitidas as portarias.

O reitor quer o levantamento das vagas destinadas ao curso, tanto de docentes quanto de servidores técnicos. Ele disse isso ao constatar que há apenas cinco professores no tronco duro de Dança. Informação passada pela coordenadora do curso, Joyce Barbosa, e pela vice-coordenadora Noemi Loureiro.

A reunião também teve a participação da decana da Universidade, professora Cícera Albuquerque, diretora da Escola de Enfermagem, dos pró-reitores da Proginst, Jarman Aderico, da Proest, Alexandre Lima, e de Extensão, Cezar Nonato, além dos gestores da Sinfra, Felipe Paes e Walter Quirino, e do diretor do Espaço Cultural, Nilton Souza.

Dossiê

Durante a reunião, representantes do Centro Acadêmico Dandara dos Palmares, liderado pela estudante Ana Bortoluzo, entregaram um dossiê sobre o curso, contendo os problemas enfrentados por eles. O documento foi montado, discutido e aprovado em assembleia e contém informações sobre contratação de docentes e técnicos e ainda sobre a falta de infraestrutura adequada para as aulas e atividades práticas.

Entre as propostas apresentadas está a criação de um instituto de artes que englobe as licenciaturas Dança, Teatro e Música e atenda as especificidades de cada um, com salas adequadas e em condições de serem usadas. “Precisamos de infraestrutura adequada. Hoje não temos acesso à internet de qualidade nas salas. Precisamos fazer atividades nos corredores porque lá a internet funciona”, disse Ana Bortoluzo.

A coordenadora Joyce Barbosa reforça que o curso de Dança da Ufal é o segundo mais antigo do Nordeste, criado há 17 anos e, até hoje não conseguiu uma estrutura mínima para funcionar. “Na avaliação do MEC conseguimos nota 4, mas a parte de infraestrutura pesou bastante e teve nota baixa. Não temos salas adequadas, precisamos de mais quatro salas de aula, estamos com infiltração na sala de prática, temos problemas de acústica nos espaços de aula teórica, falta de aparelhos condicionadores de ar, equipamentos e informática”, desabafou.

A professora Noemi também elencou vários pontos que prejudicam o funcionamento do curso. “Estou no curso desde o início, há 17 anos, e ainda não temos espaço próprio que atenda as nossas especificidades. Temos a compreensão dos estudantes, mas dança é uma profissão e precisa de respeito. Termos vindo para o campus foi favorável para nossos estudantes que, em sua maioria, moram na parte alta da cidade e também conseguem ter acesso ao restaurante universitário. Agora, vamos olhar para frente e buscar resolver os problemas que afetam o curso e a formação dos nossos alunos”, completou.