Estudante da Ufal integra rede internacional para mulheres nas engenharias

Marianni Limeira é a primeira regional lead da Women in BIM no Nordeste
Por Thâmara Gonzaga - jornalista
23/06/2022 13h56 - Atualizado em 23/06/2022 às 13h58

A estudante de engenharia civil da Ufal, Marianni Limeira, conseguiu entrar em uma rede de Regional Leads da organização internacional Women in BIM (WIB). Engajada em atividades de pesquisa e extensão sobre BIM (Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção) na Universidade, a conquista da graduanda sobressai por ter sido ainda durante o período de formação e por ser a primeira regional lead WIB do Nordeste.

“A WIB (Women in BIM) ou Mulheres no BIM é uma iniciativa internacional focada em atrair mulheres para o BIM. Somos o primeiro Estado do Nordeste do Brasil a ter uma regional lead. Só profissionais formados, de preferência mulheres, podiam fazer parte, mas como eu sou uma estudante envolvida já com pesquisas, eles me aprovaram como regional lead”, explica. 

Consciente da importância de cada vez mais mulheres ocupar espaços até então marcados pela predominância masculina, Marianni conta que, por iniciativa própria, procurou conhecer mais sobre a organização e entrou em contato para saber como poderia ingressar. Para sua surpresa, surgiu logo o convite. “Michele Tenedini, coordenadora líder regional da América do Sul, convidou-me para fazer parte dessa rede devido a estar envolvida com pesquisas BIM, ter um resumo publicado na área e ser membro do grupo de extensão em BIM (GEBIM) da Universidade”, diz.

A conquista da estudante da Ufal traz uma série de responsabilidades na luta para que mais mulheres ocupem locais de destaque nas engenharias. Ela explica que “a rede de regionais leads é composta por profissionais voltados para a disseminação do BIM com foco para profissionais mulheres, por serem minoria nesse ramo, e funciona promovendo palestras, workshops, consultorias para conhecerem melhor a metodologia BIM e, quem sabe, já atuar no setor da AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção)”.

Feliz pela conquista ainda durante a graduação, Marianni comenta que o feito representa visibilidade para ela, como profissional, e também para a universidade. “Mesmo ainda não estando formada, eles escolherem uma aluna da Ufal para compor os regionais leads. Nenhuma outra universidade do Brasil tem alguma estudante compondo a rede. Isso mostra que a Ufal tem saído na frente, incentivando o BIM na engenharia por meio do grupo de extensão em BIM da Universidade, o GEBIM, e, agora, com uma regional lead”, relata.

Para além dos ganhos profissionais, ela faz questão de ressaltar que toda a instituição vai se beneficiar. “O fato de eu ingressar em uma rede de Regional Leads da WIB vai proporcionar uma proximidade com líderes globais da WIB, que podem promover palestras, conteúdos e mentorias para estudantes das engenharias da Ufal”, afirma.

Mais sobre a WIB e a metodologia BIM

Marianni conta que a WIB (Women in BIM) foi fundada por Rebecca de Cicco, em 2012, e que é uma comunidade on-line global com a visão de apoiar, capacitar e celebrar as mulheres BIM e profissionais de construção digital. “O objetivo da WIB é incentivar mulheres em funções relacionadas ao BIM a ter uma voz forte. Ao reunir mulheres em nosso setor, apoiamos a necessidade de suprir a escassez de habilidades digitais em todo o mundo em recursos e entregas de construção digital”, diz.

Ela explica que a metodologia BIM na indústria da arquitetura, engenharia e construção (AEC) é um conjunto de processos e fluxos de trabalho integrados que reúnem informações geradas e mantidas durante todo o ciclo de vida de um edifício. “Com suas ferramentas digitais, é possível criar um modelo 3D virtual mais preciso da edificação, mais fiel ao produto final, o que auxilia na análise e controle de todas as fases, desde o projeto à aquisição de materiais, execução e manutenção. O BIM já é lei (Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020) e há uma escassez de profissionais capacitados com essa metodologia”, esclarece.

A estudante da Ufal afirma que “há uma necessidade premente de não apenas manter as mulheres na indústria AEC, mas também de criar novas funções e oportunidades”. Por meio da WIB, conta, “incentivamos a se esforçarem, avançando em suas posições e fazendo a transição para cargos seniores”.

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