Candidatos autodeclarados negros ou indígenas devem agendar validação

Ufal está realizando oficinas de capacitação para participantes das bancas de validação do Sisu
Por Lenilda Luna - jornalista
15/04/2019 11h15 - Atualizado em 15/04/2019 às 14h23
Ufal vai realizar primeira banca de validação étnico-racial

Ufal vai realizar primeira banca de validação étnico-racial

O processo de seleção do Sisu 2019 na Ufal será o primeiro em que os estudantes inscritos por cotas vão passar pelas bancas de validação. A convocação dos selecionados foi publicada na última sexta-feira (12), no site da Copeve. Quem não comparecer nos dias, locais e horários definidos no Edital para entrevista com a banca de validação da autodeclaração étnico racial, será considerado desistente, sendo convocado o candidato seguinte no processo classificatório.

Os procedimentos de validação serão realizados por membros da Comissão de Heteroidentificação da Ufal, tomando como referência o fenótipo dos candidatos, como características físicas, predominantemente, a cor da pele, a textura do cabelo, o formato do rosto entre outros aspectos que combinadas ou não, permitam que seja socialmente reconhecido como uma pessoa negra, além de sua história social e cultural.

É necessário realizar o agendamento para a avaliação, a partir da próxima quarta-feira (17), às 16h, até o dia 21, no site da Copeve, seguindo um cronograma disponível na convocatória

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Do total de 4.498 vagas oferecidas nos 90 cursos de graduação presenciais da Ufal, foram selecionados nas inscrições por cotas 2.298 candidatos para os cursos do Campus A. C. Simões, Ceca e Espaço Cultural; 272 candidatos para o Campus Arapiraca; e 106 candidatos para o Campus Sertão, entre titulares e suplentes. Devem passar pelas bancas de validação os que se declararam negros ou indígenas. As bancas serão realizadas em Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia entre os dias 22 e 26 deste mês.

Na Universidade Federal de Alagoas o Programa de Políticas de Ações Afirmativas entrou em vigor em 2004 com o primeiro processo seletivo em 2005. Durante os últimos anos, essa política foi aperfeiçoada e ampliada. Atualmente, pelo sistema de cotas da Ufal, concorrem os candidatos que estudaram durante todo o ensino médio em escola pública. São destinadas 50% das vagas para o candidato de família com renda per capita igual ou menor que um salário mínimo e meio bruto. A outra metade das vagas da reserva é independente de renda. Dentro desses dois grupos, são reservadas as vagas para negros (pretos e pardos) e indígenas.

Oficinas de capacitação para bancas

Nesta segunda-feira (15), foi iniciada a Oficina de Capacitação para a formação de integrantes das bancas de validação das autodeclarações étnico-raciais. Cerca de 40 pessoas inscreveram-se para para participar deste processo, coordenado pelo Núcleo do Estudos Afrobrasileiros (Neab) da Ufal, em parceria com a  Copeve, Prograd, Proest, Proex, Gabinete da Reitoria e das direções dos campi e de unidades acadêmicas. 

A Oficina está sendo ministrada pelo professor Adilson Pereira dos Santos, pedagogo, pró-reitor adjunto de Graduação da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e pesquisador da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e Negras (ABPN), com doutorado na linha de pesquisa sobre políticas de ações afirmativas. “Esta iniciativa é importante para garantir que haja justiça nas políticas afirmativas e que elas alcancem quem realmente está no perfil das cotas”, destacou o professor. 

A reitora Valéria Correia participou da abertura da oficina, saudando o professor, a comissão organizadora e os participantes. “Esse é mais um passo para garantir a efetividade das Políticas de Ações Afirmativas. Estamos consolidando um princípio importante de que a Universidade deve ser acessível a todo o povo alagoano e brasileiro. A Ufal é uma das poucas universidades a garantir as cotas inclusive na pós-graduação”, destacou a reitora.

As oficinas prosseguem até o dia 18 de abril e a participação na atividade é requisito para constituir as bancas de validação. “Depois das oficinas, faremos o cadastro para os componentes das bancas, que serão realizadas em três turnos. É um momento muito importante e sério para a política de cotas e contamos com a participação de pesquisadores, ativistas dos movimentos negros e pessoas que se interessam pela temática”, destacou Lígia Ferreira, coordenadora do Neab. 

O processo de cadastro para as bancas pode ser feito como inscrição no site da Copeve (http://www.copeve.ufal.br/sistema/) e os dados enviados para o email bancas.neabufal@gmail.com

 

Convocação para as bancas de validação