Redação Ascom 

Uma delegação com 24 estudantes de Educação Física do Campus Arapiraca participou do Festival de Cultura Corporal Micheli Ortega Escobar, realizado no dia 11 de outubro, no Centro Educacional Edgard Santos, em Salvador, Bahia. O grupo da Ufal foi coordenado pelos professores Joelma Albuquerque e Ailton Prates. 

O Festival promovido pela Universidade Federal da Bahia teve a participação de cerca de 500 pessoas, entre crianças e professores de Educação Física das escolas públicas, além das delegações da Ufal e da Ufrpe. Durante o evento, foram homenageados os escritores nordestinos Ariano Suassuna e João Ubaldo Ribeiro. 

A programação contou com a exposição de produções científicas, através de pôsteres, dos estudantes da Ufal em Arapiraca, Ufrpe e dos professores da Rede Pública do Estado da Bahia. Também aconteceram apresentações artísticas de estudantes e de grupos da “Terceira Idade” da comunidade do Calabar (Salvador). Os participantes também se manifestaram para reivindicar políticas públicas de educação, cultura, esporte e lazer para as crianças, jovens e adultos da cidade e do campo. 

Segundo os professores do campus Arapiraca, os estudantes da Ufal se destacaram durante o festival. "Nossos alunos demonstraram alto grau de autodeterminação e auto-organização,proporcionados pelo domínio do conhecimento específico da ginástica e pela organização do grupo em coletivos que assumiram tarefas importantes para garantir a participação no evento", relatou a professora Joelma Albuquerque. 

Segunda a professora, estes requisitos são parte de uma teoria pedagógica que defende a formação de professores calcadas em um projeto de formação humana. "A ida dos estudantes ao festival para apresentar uma série ginástica é um elemento importante na formação de professores que se assenta sobre uma consistente base teórica, de forma que estes se apropriem de elementos para enfrentar com radicalidade a situação da escola pública brasileira, principal campo de atuação do licenciado em Educação Física", declarou Joelma. 

A apresentação da série ginástica foi composta por homens e mulheres, e teve como tema: “Violência contra a mulher: reflexão e conscientização”. A música escolhida para a série foi “Maria, Maria” do compositor brasileiro Milton Nascimento. "A apresentação impecável expressou o avanço no domínio do conhecimento por parte dos estudantes frente aos desafios próprios das atividades ginásticas", destacou a professora. 

A professora também ressaltou a aprendizagem proporcionada aos alunos na organização para participar do evento. "Para criar a apresentação de ginástica, os alunos realizaram debates para definir os elementos constitutivos, refletiram sobre as possibilidades coletivas de representação do tema com grande número de participantes, demonstraram respeito aos limites físicos e à corporalidade dos componentes da série, incentivo à superação de dificuldades individuais e coletivas para aprimoramento de ações ginásticas e empenho nos ensaios mesmo durante o recesso acadêmico", relatou Joelma Albuquerque. 

Atividades Circenses 

Antes do Festival, o grupo da Ufal participou de outra atividade considerada bastante proveitosa pelos estudantes. Nos dias 9 e 10 de outubro foi realizado o Curso Intensivo sobre Atividades Circenses, ministrado pela professora Teresa Ontañon, mestre em Educação Física, formada pela Universidade Politécnica de Madrid e membro do grupo Circus da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas-SP. 

O curso compreendeu atividades de manipulação, como malabarismo com bolas, caixas e lenços, além de acrobacias, improvisação de figurino e produção de jogos. "Os estudantes participaram com muita responsabilidade e foram destaque no que se refere ao domínio do conhecimento clássico, na criatividade e no empenho durante o curso". destacou Joelma Cavalcante. 

A professora destaca que a participação em atividades como essas proporciona um aprendizado coletivo sobre as relações humanas que não é possível desenvolver somente na sala de aula. "Destaco ainda que os estudantes do Campus da Ufal em Arapiraca são um exemplo para a juventude. Um exemplo de humanidade que pode ser desenvolvida pela mediação do trabalho do professor nas escolas, e nas aulas de educação física. Um exemplo de como a juventude pode produzir obras artísticas desde que tenham acesso sistemático ao conhecimento clássico que a humanidade desenvolveu", ressaltou a professora sobre os alunos. 

Os alunos agradeceram pela oportunidade de participar dos eventos. " A série ginástica foi excelente, expressou o domínio da rítmica, dos fundamentos das ginásticas, domínio estético, domínio de relações humanizadas entre homens e mulheres, conhecimento dos clássicos da música popular brasileira, da política e da filosofia impressos no tema da série, o que sinaliza a superação das atividades ginásticas tidas como mero 'movimentos do corpo'. Quero agradecer aos professores Ailton e Joelma e aos companheiros da série pelo empenho e comprometimento, pois não é fácil elaborar um trabalho dessa dimensão", declarou o estudante Pedro H. Melo.