Escola de Enfermagem dá início às comemorações dos 50 anos do curso

O curso de graduação na área foi o primeiro a ser criado em Alagoas. Para marcar o ano do Jubileu de Ouro as comemorações transcorrerão até o mês de novembro
Por Diana Monteiro – jornalista / Renner Boldrino - fotógrafo
31/01/2023 14h39 - Atualizado em 31/01/2023 às 16h04

Alegria, emoção, sentimento de dever cumprido, descontração, homenagens, encontro de gerações acadêmicas e profissionais, e a expressiva consciência aliada ao estímulo para a contínua luta em comum, marcaram a solenidade de abertura dos 50 anos do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o primeiro de nível superior, nessa área, a ser criado no Estado.

A solenidade na tarde da última segunda-feira (30), no auditório da reitoria, Campus A. C. Simões, foi prestigiada pela comunidade universitária, gestão da Ufal, entidades representativas da categoria, gestores da área da Saúde de Alagoas e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). A comissão organizadora, formada por docentes e técnicos-administrativos da unidade acadêmica da Ufal, é coordenada pela professora Viviane Lima. Na abertura, para recepção aos participantes, também fez parte da programação uma apresentação artístico-cultural no hall da Reitoria.

Dando início à solenidade, foi lançada pela diretora da Escola de Enfermagem (EENF) da Ufal. Maria Cícera Albuquerque, a Logo dos 50 anos. Ela explicou que o significado da imagem está conectado com a evolução do curso e com toda programação que transcorrerá até 1º de novembro: dia do aniversário do curso e do encerramento das atividades alusivas ao ano do Jubileu de Ouro. Um vídeo - documentário constando a história, também foi exibido durante a abertura.

A mesa de abertura foi presidida pelo reitor Josealdo Tonholo, que ao enaltecer o jubileu do curso destacou a sua importância para as ações de saúde profissionais e acadêmicas para a Ufal e sociedade alagoana. Contextualizou o grande desafio enfrentado pela instituição alagoana, dado aos profundos cortes de recursos, ameaça de desmonte vivido pela universidade pública brasileira, assim como, desmerecimento à Ciência, de uma forma geral. E, aproveitou para dizer que, a união existente fez com que a universidade resistisse e exercesse o seu papel, entre eles, o de cuidar das pessoas.

Tonholo relembrou as várias ações empreendidas de enfrentamento à pandemia e a importância da Enfermagem em todo esse processo, principalmente, no Hospital Universitário (HU). “Eu é que tenho que agradecer a vocês pela parceria, pela dedicação e pelo competente trabalho desenvolvido, que é contínuo, e também ter a oportunidade, neste momento, de comemorar os 50 anos do curso. Parabenizo toda luta empreendida para o crescimento, evolução acadêmica e profissional no decorrer desse tempo, aliadas a ampliação das ações voltadas à formação de recursos humanos nas áreas de graduação e pós-graduação”, frisou o reitor.

Em consonância com Tonholo, o superintendente do HU, Célio Rodrigues, reforçou a importância da Enfermagem para a atuação em saúde e do quanto é determinante para a sociedade. Teceu agradecimentos e parabéns pelo ano comemorativo. “Um curso que nos dá muito orgulho e que se confunde com a história do Hospital Universitário. Quando se fala em humanização em saúde, fala-se, principalmente, da equipe de enfermagem, pela competente atuação e parceria. O curso de Enfermagem é acolhedor, contagia as pessoas e por manter a qualidade com reais crescimentos, no decorrer dos 50 anos, é também de grande importância para a Ufal”.

A estudante Rubenita Lima, do Centro Acadêmico (CA), deu às boas-vindas em nome dos estudantes e disse: “É grande a minha responsabilidade de representar neste momento o meu segmento. Estou muito feliz e a comemoração dos 50 anos representa uma luta coletiva com significado de existência, resistência, resiliência e a construção de histórias vividas”.

A luta para a criação do curso, datada de 1º de novembro de 1973, com a formação da primeira turma, em 1977, assim como, o reconhecimento, pelo Ministério da Educação (MEC), da graduação, em 1979, foram destacadas durante a solenidade. E, nessa trajetória de evolução, pautada pela dedicação de aguerridas professoras com a superação de obstáculos, dentre outras, foi lembrada a atuação da saudosa professora Vera Rocha, a primeira coordenadora do curso.

A construção coletiva de ações na contínua luta foi destacada como um dos principais fatores de crescimento do curso. “Ao longo desse tempo, o trabalho sempre foi coletivo e a criação do curso é fruto de uma luta empreendida por um grupo de mulheres fortes”, disse a professora Janaína Ferro, coordenadora da graduação, oportunidade em que fez referências a várias docentes da graduação e presentes à solenidade.

Presente à mesa de abertura, o pró-reitor de ensino da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), George Souza, representando o reitor Henrique Costa, ao parabenizar o curso, enfatizou que a Enfermagem em Alagoas, confunde-se com a Enfermagem da Ufal.

“O dia de hoje, é muito lindo. Começou na unidade acadêmica, com a inauguração do Laboratório Integrado de Enfermagem e de Saúde Coletiva e, nesse segundo momento, com essa emocionante solenidade de abertura dos 50 anos do curso, onde muitas de nós fomos alunas. Um curso que foi criado no período da ditadura militar no país e no ano do seu Jubileu de Ouro, houve a tentativa do frustrado golpe”, destacou a diretora da EENF, Cícera Albuquerque, como demonstração de que os avanços obtidos sempre resultaram da luta coletiva e contínua e assim continuará, em todas as circunstâncias.

Na breve retrospectiva sobre o crescimento do curso, Cícera fez um cumprimento especial à professora Lúcia Maria Leite, homenageada na solenidade, e destacou a participação em todo processo das também docentes homenageadas nos 50 anos, Lenira Vanderley, Regina dos Santos, Lígia Sobral, Maria Eliana Fontan e Cristina Trezza. Cristina foi do primeiro corpo docente do curso que formou a primeira turma de enfermeiras e enfermeiros em Alagoas. “Comemorar 50 anos do curso é de muita emoção e traduz um sentimento de evolução crescente”, disse Cristina. A professora Clodis Tavares, presente à solenidade, comunga do mesmo sentimento de sua colega de profissão e de universidade. Assim como Cristina, ela está aposentada, mas continua como voluntária junto à graduação e à pós-graduação.

Relevância

A parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Alagoas (Fapeal) foi destacada pela assessora científica de projetos especiais e inovação, Juliana Kalili. “Nesse momento emocionante de celebração, enfatizo a importância da Escola de Enfermagem à luz da Fapeal, com história de sucesso. Dos 174 projetos do Programa PPSUS, dez por cento deles, vieram da Escola de Enfermagem para as mais amplas atividades nas áreas de graduação e pós-graduação, a exemplo do mestrado ofertado pelo curso. No último edital, quatro projetos da unidade acadêmica foram contemplados e aqui registro o apoio e o estímulo da Fapeal para implantação do doutorado”, disse Juliana, na oportunidade, representando o presidente do órgão, Fábio Guedes.

Entidades

Presentes à solenidade a presidente do Sindicado dos Enfermeiros e Enfermeiras (Sineal-AL) de Alagoas, Arlete Rodrigues; a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben-AL), Ivani Avelino; e o presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-AL), Renê Costa. Em suas falas, o destaque especial do quanto a Escola de Enfermagem da Ufal tem aproximação com as entidades da categoria, das importantes parcerias firmadas para eventos de engrandecimento acadêmico e profissional e da sempre luta coletiva para avanços de uma profissão que continua fazendo história em Alagoas.

Além do reitor Josealdo Tonholo, fizeram parte da mesa da prestigiada solenidade: representantes do Centro Acadêmico e Coordenação do Curso da Ufal, das três entidades da categoria em Alagoas, Uncisal, Fapeal, direção da Escola de Enfermagem e Superintendência do HU.

Sobre o curso

O Curso de Graduação em Enfermagem da Ufal tem duração média de cinco anos e oferta anualmente 60 vagas, com distribuição de 30 vagas por semestre. Forma enfermeiro generalista para atuar na rede de atenção à saúde nas áreas de atenção básica, média e alta complexidade (unidades Básicas da Saúde, Programa de Saúde da Família (PSF) e Unidades Hospitalares).

Dotado de Programa de Pós-graduação (PPGENF), que compreende o Mestrado Acadêmico, como nível de formação, o curso forma mestres par ao exercício da pesquisa com ênfase no cuidado e da docência em graduação e pós-graduação Lato sensu na área (Enfermagem).

Nota 4 pela Capes, o mestrado tem como área de concentração Enfermagem no cuidado em saúde e na promoção da vida. São duas as linhas de pesquisa: Enfermagem, Vida, Saúde, Cuidado dos Grupos Humanos e Enfermagem, Ciência, Tecnologia e Inovação para o Cuidado. Oferta também, diversos cursos e projetos na área de extensão.