SBPC Cultural realça elementos culturais do Brasil e da América Latina

Oficinas trazem profissionais renomados, para trabalhar aspectos da cultura no evento
Por Paulo Canuto, estudante de Jornalismo
24/07/2018 08h00 - Atualizado em 23/07/2018 às 18h44
Oficina trabalho do autor (Fotos: Paulo Canuto)

Oficina trabalho do autor (Fotos: Paulo Canuto)

Nesta segunda-feira (23) começou a SBPC Cultural, com uma programação extensa e diversificada na Faculdade de Direito Alagoana (FDA), com o objetivo de trabalhar elementos da cultura de diversas formas e lugares. Quatro oficinas iniciaram o dia, sendo a primeira com a jornalista formada pela Ufal, Larissa Lisboa, que trouxe a oficina Alagoar, o registro da memória audiovisual alagoana. Larissa explicou que o projeto Alagoar foi criado em 2015 e que tem a função de preservar a memória audiovisual de Alagoas, tanto física como digital: “Lá possui catálogos de trabalhos, textos críticos mas a intenção também é dizer que ele está aberto para receber novas colaborações. A realização de eventos como esse é muito importante pois sabemos da carência nesse sentido aqui no nosso estado; quando recebemos um evento com tantas cabeças pensantes é sempre muito válido”, disse.

Outra oficina, intitulada Palhaço antes do nariz vermelho , realizada pelo palhaço, ator e dramaturgo Heraldo Firm, do projeto Doutores da Alegria (São Paulo), explica que o foco da oficina é preparar as pessoas para aqueles que irão trilhar por essa profissão: “A pessoa que quiser colocar a máscara de palhaço vai precisar trabalhar antes, questões como relação, escuta, olhar e jogo com o outro. Temos uma máxima que diz: a máscara se dá pelo outro e é muito bacana a área da cultura estar fazendo parte deste congresso. Entendemos que a arte também é uma tecnologia e deve ser usada para alargar o pensamento e fazer as pessoas se encontrarem”, resumiu Heraldo que também faz parte da Escola Livre de Teatro de São Paulo.

Trabalhar a cultura, através do corpo, é também um dos destaques da oficina O trabalho do ator a partir das tradições cênicas brasileiras: corporeidades, voz e rito. Profissionais de teatro, de várias partes do país, trouxeram seus conhecimentos para discutir um pouco de cultura de uma forma mais dinâmica e atrativa, como é o caso dos que ministram a oficina, Alicio Amaral e Juliana Pardo, da Companhia de Teatro Mundo Rodar de São Paulo: “Foi uma recepção calorosa, muita gente na oficina e é sempre uma experiência única, ainda mais na SBPC e aqui em Maceió, a gente vê nas tradições esse encontro da dança, música, teatro, máscaras, indumentária e das artes plásticas e toda essa técnica por trás de cada instrumento. Quem os usa a gente enxerga de forma muito integrada e pulsante e é isso que buscamos em nosso trabalho” conta Alicio. Para Juliana, “A gente pretende, nesses dias, desenvolver habilidades do corpo com foco maior no cavalo marinho, que é uma brincadeira tradicional de Pernambuco que, além do canto, desenvolve várias células individuais e uma coletiva. Já nesse primeiro dia, a oficina vem sendo bem bacana” disse.

A Oficina As máscaras de Paucartambo (Peru) em diálogo com a cultura popular brasileira trouxe um pouco da cultura peruana para a SBPC Alagoas 2018. Paucartambo é uma cidade pequena que fica a 100km de Cusco, no Peru, e as máscaras são provenientes de uma festa tradicional que mistura fé, folia e feira: “Experimentar essas máscaras e fazer uma relação entre o universo cultural delas e sua própria cultura. As pessoas que vão participar dessa oficina vão trazer a sua própria cultura para dialogar com essas máscaras” disse a professora Vilma Campos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A aluna graduanda também da UFU, Thaisea Mazza, contou como é participar pela primeira vez da SBPC “É um sentimento de gratidão primeiramente, eu não conhecia a Ufal e nem Maceió, essa é minha primeira SBPC e poder compartilhar de uma pesquisa que venho acompanhando há alguns anos é um sentimento maravilhoso participar e ainda trocar conhecimentos com as pessoas”, disse.