Professor ensina como desenvolver uma visão de Economia ecológica

O desafio é viver de forma mais equilibrada em uma sociedade consumista
Por Fabiana Soares, estudante de Relações Públicas da Ufal
30/07/2018 11h12 - Atualizado em 30/07/2018 às 11h18
Clóvis busca viver de acordo com os princípios de Economia Ecológica que defende

Clóvis busca viver de acordo com os princípios de Economia Ecológica que defende

Em uma sala lotada, cerca de 60 pessoas prestigiaram o trabalho de pesquisa do Professor Clóvis de Vasconcelos Cavalcanti, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Ele tratou de um assunto que é um desafio muito atual: a Economia ecológica. A atividade aconteceu na Faculdade de Medicina (Famed), no Campus A.C. Simões, durante a 70 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Esse conceito de economia tem como proposta o bem-estar humano a partir de um planejamento sustentável para toda a natureza. “Busca-se um equilíbrio que garanta a convivência entre as pessoas, as empresas e o meio ambiente. Há diferenças entre a Economia Ecológica e a Economia Ambiental , que é uma subárea da Economia, cujo foco está em criar e desenvolver projetos para a diminuição dos impactos causados ao meio ambiente pela ação do homem, como aquecimento global e efeito estufa” explicou o professor.

Segundo ele, a Economia Ecológica mede o descarte legal e ilegal dos resíduos. Para realizar essas medições, é utilizada a metodologia da Pegada Ecológica (EP), que serve para contabilizar, comparar e avaliar a quantidade de produção e consumo mundial sobre os recursos naturais, numa escala em hectares globais (gha) dentro do período de um ano. “A Economia Ecológica é uma forma de enxergar a si e ao mundo. É um novo estilo de vida”, declarou o professor.

Por isso, desde 1970, Clóvis decidiu vivenciar esse tipo de economia, ao ir morar no campo, acreditando ser mais saudável produzir seu próprio alimento sem o uso de agrotóxico, por exemplo. Ele defende a agroecologia, prática agrícola que utiliza recursos naturais sem prejudicar o meio ambiente. Tal determinação veio por não concordar com o modelo socioeconômico vigente.

O professor relatou a importância do envolvimento de profissionais da área de economia. “É preciso ter um olhar ecossistêmico que incorpore, também, o que as pessoas esperam através da economia, que é ser felizes, alcançar o máximo de bem-estar. Em cima se tem o desejo a ser alcançado e embaixo as possibilidades de chegar lá. Os economistas esquecem dessas partes e ficam só no meio, onde só trabalham a produção e consumo”, explicou Clóvis.

O ecologista alertou para o excesso de resíduos produzidos nas cidades. “Hoje se produz com muito mais velocidade do que a natureza tem condições de absorver. Houve um aumento de 60% de uso dos recursos naturais. Isso significa dizer que o meio ambiente não possui capacidade de sorver com a mesma intensidade com que se produz”, alertou Clóvis.

Clóvis de Vasconcelos Cavalcanti é o presidente de honra da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (Ecoeco), que realiza um encontro nacional há cada dois anos, reunindo professores, pesquisadores, estudantes , pós-graduandos, gestores públicos e privados ,dentre outros profissionais ligados à área ambiental. O Encontro tem por missão difundir e construir a Economia ecológica no Brasil. Para mais informações, acesse aqui.