Memória, tradição e cultura transformadas em arte

Oficina estimula participantes a criar produções audiovisuais valorizando suas vivências e recordações
Por Mara Santos - estudante de Jornalismo
25/07/2018 12h51 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Juraci Júnior conversa com participantes da oficina

Juraci Júnior conversa com participantes da oficina

Resgatar memórias através do audiovisual foi o assunto trazido de Rondônia pela professora Ariádne Joseane Félix Quintela e o ator e diretor Juraci Oliveira Campos Júnior, para a 70ª Reunião Anual da SBPC. A oficina reuniu dezenas de participantes que ouviram atentos os relatos sobre a produção, roteiro e lembranças de momentos vividos, e vistos pelos dois ministrantes, que foram sensivelmente transformados em filmes.

Com o tema Tradição e cultura: a valorização da memória pelo audiovisual, a oficina iniciou ressaltando que a memória, a tradição e a missão, como responsabilidade e legado, são fatores que podem render grandes produções. Outras contribuições importantes como a sensibilidade, o olhar atento, a valorização e o respeito à cultura do outro, a forma de enxergar o outro e as coisas que acontecem ao seu redor foram debatidas na sala.

O diretor Juraci Júnior discorreu sobre o processo de criação para o curta Balanceia, no qual também atua. O filme é fruto de uma recordação sua, em um momento vivido no tradicional Festival de Parintins, no estado do Amazonas, e foi exibido para os participantes. A obra retrata bem a emoção impressa nas lembranças de Juraci ao observar e vivenciar a festa. Mostra também a sensibilidade do olhar na valorização das tradições e cultura, assunto amplamente abordado na oficina. “É importante resgatarmos a cultura deixada em nossa memória. Valorizar o que se quer e levantar bandeiras em que acreditamos”, declarou o diretor.

A professora Ariádne Quintela contou suas experiências sobre a produção do média-metragem, Do mar do Caribe à beira do Madeira, que retrata a história de Porto Velho. As lembranças de moradores que deixaram Barbados, país da América Central, para viver em Rondônia, trazendo suas culturas e tradições, mas acima de tudo, agregando história para o lugar. “É um filme mais documental, não é a verdade absoluta, mas as memórias e verdades deles. Retrata as histórias de Porto Velho, sem as tradições barbadianas que  não prevaleceram”, destacou.

A oficina foi finalizada com um exercício prático, onde os participantes foram divididos em grupos para criar roteiro e outras atividades. O intuito era resgatar suas memórias, emoções e impressões para transformá-las em uma produção audiovisual.