Debate sobre gênero é tema de conferência da SBPC Cultural

Curador do Queermuseu fala sobre os impactos na produção do conhecimento e percepção da realidade
Por Alane Moraes, estudante de Relações Públicas e Paulo Canuto, estudante de Jornalismo
27/07/2018 15h15 - Atualizado em 27/07/2018 às 15h15
Gaudêncio Fidélis, doutor em História da Arte pela Universidade do Estado de Nova Iorque (Foto:  Alane Moraes)

Gaudêncio Fidélis, doutor em História da Arte pela Universidade do Estado de Nova Iorque (Foto: Alane Moraes)

Nesta sexta-feira (27), aconteceu a conferência Queermuseu e o debate sobre gênero e sexualidade no Brasil e seu impacto na defesa da produção de conhecimento, com o curador da exposição, Gaudêncio Fidélis, que debateu sobre a repercussão da obra apresentada, Fake news, censura e autocensura, na Faculdade de Direito de Alagoas (FDA).

“A conferência reside em possibilitar que as pessoas entendam um pouco melhor as conexões e os ataques que a comunidade acadêmica vem sofrendo e especialmente as implicações destes na produção de conhecimento, e aqueles ataques que vem acontecendo no campo simbólico da arte. Podemos citar, por exemplo, a Escola sem Partido, os ataques às religiões de matriz afro, ao carnaval, à arte e a cultura, ou seja, todos eles direcionados ao campo simbólico da produção de conhecimento”, comenta.

Censura e Autocensura na arte

A exposição Queermuseu iniciou um debate sobre gênero e sexualidade de forma ampla e provocatória, além de inaugurar a relação sobre todos esses temas com a noção de arte de uma forma geral. "Esse assunto está profundamente relacionado à produção de conhecimento em todas as áreas, porque o cerceamento, a censura e autocensura existe também no domínio das ciências exatas e das ciências humanas. Mas não podemos falar em saber científico sem pensar sobre o seu impacto na área das artes e humanidades, além de saber como afeta os outros campos do conhecimento", explica o curador.

A produção do conhecimento está atrelada à democracia, que é essencialmente a liberdade de ideias: “Não pode haver conhecimento avançado e revolucionário sem democracia e ampla liberdade de expressão e escolha. Além do mais minha abordagem será sobre o processo cognitivo e uma mudança que eu argumento que aconteceu com ele e seu impacto na percepção da realidade. Como percebemos, a realidade altera nossa relação com a produção de conhecimento em todas a áreas”, finaliza.