Debate sobe ativismo sociolinguístico exalta a importância da pesquisa científica na educação básica

A conferência Ciência, Responsabilidade Social e Soberania contou com a presença de alunos da área de letras, pedagogia e comunicação de várias regiões do Brasil
Por Leila Falcão – estudante de Jornalismo
24/07/2018 09h34 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Professora Raquel Meister, da UFS

Professora Raquel Meister, da UFS

O primeiro dia da 70ª edição da Reunião Anual da SBPC, iniciou com várias palestras e conferências sobre as pesquisas científicas desenvolvidas por todo país. Nesta segunda feira (23), na Biblioteca Central, aconteceu a conferência Ativismo sociolinguístico e suas contribuições para a construção de uma identidade linguística brasileira (Abralin), ministrada pela professora do Departamento de Letras Vernáculas Raquel Meister Ko Freitag, da Universidade Federal de Sergipe.

A conferência teve como foco principal desenvolver um diálogo entre os educadores e estudantes do ensino superior acerca da importância da introdução de pesquisas científicas nas escolas desde o ensino médio. Isso proporciona uma familiarização e inserção dos jovens à faculdade, com maior mobilidade e entendimento sobre a ciência e suas especificações, neste caso, a sociolinguística.

A subárea da linguística estuda a língua e seu uso na comunidade, como mecanismo de investigação dos aspectos sociais na fala, no ensino e desenvolvimento profissional. Usando uma postura ativa dos pesquisadores em mobilizar os resultados de seus estudos para revertê-los em tecnologia social: materiais didáticos e difusão de reconhecimento e valorização das variedades.

De acordo com a professora Raquel Meister, a globalização do estudo da fala deve ser reconhecida e aprimorada a partir da mediação entre os estudos e teorias, e a ação desses discursos. Dessa forma, o ciclo da popularização da ciência pode ter seus passos encaminhados para um sucesso eminente. “Nós desenvolvemos teorias e discussões linguísticas, mas não obtemos o reconhecimento social. Temos que aderir a nova expansão linguística no meio acadêmico, fazendo uso de nossos estudos para abrir portas para todos os alunos desmistificarem a fala e o ensino da educação padrão. É necessário uma expansão desse balão sociolinguístico”, disse .

Segundo alguns estudantes presentes no debate, ao fim da conferência, esse tema é uma oportunidade única de desconstruir os parâmetros estipulados em algumas áreas, como o curso de letras. “Falar sobre a importância da linguística como meio e participante da arquitetação social, tanto nas escolas e no meio acadêmico, agrega bastante nós, graduandos de licenciatura. É no discurso que chegamos ao foco principal: combater a desigualdade sociolinguística. Não só de maneira teórica, mas, na prática, mesmo. Induzindo aos estudiosos da área, mas não só da educação, a influenciar a comunidade de fora do campus a ver a fala como pesquisa e ação”, disse a graduanda de Letras Ravane Cabral.