Else Freire – Agência Alagoas

O secretário de Estado da Defesa Social, Dário Cesar Cavalcante, recebeu no dia 1º de março a reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Ana Dayse Dorea. Eles discutiram soluções para melhorar a segurança no entorno dos presídios próximos aos campi de Arapiraca e Maceió e reafirmaram parceria.

Segundo a reitora, a visita ao secretário teve a intenção de pensar soluções em conjunto e solicitar o apoio da Defesa Social para buscar o empenho da Prefeitura de Maceió em questões de infraestrutura. “Entendo que precisamos dividir as responsabilidades e foi por esta razão que solicitamos a reunião. Hoje, a universidade dispõe de segurança privada. Nos presídios a segurança é trabalhada pelos agentes penitenciários e à prefeitura cabe o calçamento das vias de acesso aos presídios e iluminação, o que acabaria com a necessidade de circulação pelo campus”, afirmou Ana Dayse.

Ela informou que em Maceió, a Ufal fechou o acesso, contratou empresa de segurança com patrulhas em motos e carros e instalou câmeras de vigilância. “A Universidade tem investido em segurança, mas o muro levantado em volta da Ufal foi derrubado em vários pontos para servir de passagem de populares para os diversos conjuntos habitacionais, o que compromete a segurança”, destacou.

O secretário Dário Cesar disse que tudo que possa ser feito para melhorar as condições do Sistema Prisional vai ser feito. Dessa forma, ficou acertado que a Ufal irá marcar uma reunião com a prefeitura, em conjunto com a Defesa Social, dentro dos próximos dias, propondo a parceria.

Dário Cesar sugeriu que seja criada uma equipe de trabalho com docentes da Ufal em Maceió e Arapiraca e representantes do sistema prisional alagoano, também da capital e interior, de forma que a demanda das melhorias na segurança seja concretizada e em contrapartida, haja a participação das duas cidades em ações de infraestrutura, otimizando o serviço de segurança pública.

Para ele, a ampliação da parceria com a universidade deve ser feita também com ações propostas aos agentes penitenciários, uma vez que já existem programas destinados aos reeducandos. “A aproximação do operador de segurança dos presídios com a vida acadêmica cria laços e serve como via de mão dupla, onde todos ganham”, ressaltou.

Arapiraca

Durante o encontro, Dário Cesar esclareceu que o presídio de Arapiraca foi instalado próximo ao campus porque o terreno, doado pelo governo federal, passou a abrigar também professores e alunos da universidade. Ele lembrou que durante sua gestão na Intendência Geral do Sistema Prisional, foram colocadas cercas navalhadas para aumentar a segurança.

“Nós temos que estabelecer medidas discutidas com a comunidade acadêmica de Arapiraca e encontrar boas soluções. Entretanto, a exemplo de Maceió, precisamos aproximar a universidade dos reeducandos e não esquecer que os encarcerados hoje em breve vão ser libertos e necessitam se inserir na sociedade”, lembrou.

Para o Intendente Geral do Sistema Penitenciário, Carlos Luna, que também participou da reunião, a ausência de muros nos presídios alagoanos ocorre em razão da localização dos equipamentos em área urbana. “Em presídios urbanos não se concebe mais a criação de muros. Devemos aproximar os reeducandos, de forma segura, da vida em sociedade, e a criação de muros segrega os detentos”, afirmou.