Computação integra rede de pesquisa para projetar cidades “inteligentes”

O Instituto de Computação aprovou projetos para participar de uma rede de pesquisa que vai reunir 21 universidades brasileiras para desenvolver novas tecnologias para as cidades. O projeto será coordenado pela UFPR e UFSC e terá a Ufal como uma das instituições parceiras. A Ufal deve receber em torno de duzentos mil reais para o projeto específico, com foco no controle de tráfego.

04/03/2011 10h34 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h07
A Ufal desenvolverá o projeto com foco no controle de tráfego. Foto: correiodopovo

A Ufal desenvolverá o projeto com foco no controle de tráfego. Foto: correiodopovo

Lenilda Luna - jornalista

O projeto faz parte de uma chamada de pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Digitais para Informação e Comunicação (CTIC) gerido pela Rede Nacional de Pesquisa e Ensino (RNP), com o título “Construindo Cidades Inteligentes: da Instrumentação dos Ambientes ao desenvolvimento de Aplicações" que conta como parceiro o Instituto de Computação da Universidade Federal de Alagoas, sob a coordenação do professor André Luiz Lins de Aquino.

“O projeto se propõe a construir uma infraestrutura de instrumentação, computação e comunicação para viabilização de Cidades Inteligentes, abrangendo desde a aquisição dos dados urbanos brutos por meio de tecnologias de redes de sensores e internet das coisas, a comunicação, o armazenamento, e o acesso a esses dados através de diferentes tecnologias e protocolos de redes sem fio, até a construção de aplicações que se beneficiem de toda essa infraestrutura, suportando uma melhor gestão pública”, explica o professor André Lins, do Instituto de Computação, coordenador do projeto na Ufal.

O pesquisador destaca que a participação na rede de pesquisa proporciona uma oportunidade de aprendizagem muito rica para os estudantes e pesquisadores do Instituto de Computação. “Vamos participar de um projeto que pretende melhorar a gestão das cidades, preservando o meio ambiente e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Além disso, vamos ter muitos intercâmbios e troca de informações entre pesquisadores que integram a rede”, ressalta André Lins.

A rede de pesquisa vai receber um aporte de recursos de um milhão e 800 mil reais para ser partilhado, durante dois anos, entre as universidades que integram a pesquisa. A Ufal deve receber em torno de duzentos mil reais para o projeto específico, com foco no controle de tráfego. “O trânsito nas grandes cidades é um problema que vai exigir muitos estudos. Vamos começar desenvolvendo sensores para controle do fluxo e contagem dos carros”, explica o professor.

Segundo ele, esses sensores vão ajudar também a identificar rapidamente os carros roubados ou com problemas de documentação. “Também já é possível desenvolver comunicação integrada com o cidadão para avisar sobre ruas engarrafas ou com alagamentos, indicando rotas alternativas”, destaca o coordenador do projeto na Ufal.

O projeto foi aprovado no início deste ano e está em processo de gerenciamento de recursos, através das fundações de pesquisa, para iniciar os trabalhos em abril. O projeto será desenvolvido no Centro de Pesquisa em Matemática Computacional, com a participação dos estudantes e professores do Mestrado do Instituto de Computação, além de alunos bolsistas de Iniciação Científica. “Os recursos prevêem a compra de câmeras de monitoramentos, sensores e um super computador para trabalhar os dados”, informa André.

Tecnologias para o dia a dia

O professor André Lins destaca que as novas tecnologias possibilitam que algumas decisões sejam tomadas pelos próprios equipamentos, sem necessidade de intervenção do homem. “Os sensores podem avaliar as condições de umidade e temperatura para ‘decidir’ se está ocorrendo um incêndio e então acionar os alarmes e procedimentos de segurança”, exemplifica o professor.

Também já existem aplicações em prédios que utilizam porteiro eletrônico com capacidade de identificar os moradores e visitantes, e outros equipamentos que controlam a intensidade da luz e da refrigeração do ar. “Além da participação na rede, temos também um projeto em avaliação na União Européia, com recursos de três milhões de reais, para desenvolver um prédio com esses recursos”, adianta o professor.

Sobre o coordenador

O professor André Lins é graduado em Computação pela Ufal, fez mestrado e doutorado em Minas Gerais e pós-doutorado na Austrália. Ele foi admitido na Ufal por meio de concurso público em agosto do ano passado. Recentemente o professor foi contemplado com uma bolsa de produtividade em pesquisa. Com isso, o IC passa a ter cinco bolsistas.